Deixai-vos surpreender por Cristo! Abri as portas da vossa liberdade ao Seu amor misericordioso!
Foi o convite de Bento XVI aos jovens do mundo inteiro,indicando-lhes também os criterios
para julgar as situações que se apresentam e as decisões a assumir.
Foi através do rio Reno, numa viagem de quase 10 quilómetros, que Bento XVI teve
esta tarde o seu primeiro banho de multidão nesta XX Jornada Mundial da Juventude.
A escoltar a embarcação do Papa, numa imagem sugestiva, estiveram outros 5 barcos
de jovens, em representação de todos os continentes: Colónia, coração da JMJ, é hoje
o símbolo da universalidade da Igreja.
“Abri de par em par os vossos corações a Deus! Deixai-vos surpreender por Cristo!
Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso! Fazei a experiência
libertadora da Igreja como lugar da misericórdia e da ternura de Deus para com os
homens!” Este o convite de Bento XVI aos jovens do mundo inteiro, na primeira mensagem
que lhes dirigiu ainda a bordo do barco que o transportou, no Reno, antes de desembarcar
junto da catedral de Colónia.
Falando em diversas línguas – alemão, inglês, francês, espanhol e italiano – o Papa
evocou com emoção, bem correspondida pelos jovens presentes, o seu predecessor João
Paulo II, “o Servo de Deus tão amado de todos nós”, “que teve a luminosa ideia de
convocar os jovens do mundo inteiro para celebrarem conjuntamente Cristo, único Redentor
do género humano”. “Este grande Papa soube compreender os desafios que se apresentam
aos jovens de hoje e, confirmando a sua confiança neles, não hesitou em incitá-los
a serem corajosos anunciadores do Evangelho e intrépidos construtores da civilização
da verdade, do amor e da paz”.
Agora há que “recolher esta extraordinária herança espiritual deixada pelo Papa João
Paulo II”, há que “pôr agora em prática os seus ensinamentos”.
Como os Magos vindos do Oriente, também os jovens reunidos em Colónia trazem consigo
interrogações, colocam perguntas, preocupados que estão com as condições do mundo
de hoje. E uma das perguntas fundamentais – observou o Papa – diz respeito aos critérios
para julgar as situações que se apresentam e as decisões a assumir.
«Onde posso eu encontrar os critérios para a minha vida, os critérios para colaborar
de maneira responsável na edificação do presente e do futuro do nosso mundo? Em quem
posso eu confiar? Onde está Aquele que me pode oferecer a resposta satisfatória às
expectativas do meu coração. Colocar estas questões significa já reconhecer que o
caminho não se pode concluir antes antes de ter encontrado Aq uele que tem o poder
de instaurar o seu Reino universal de justiça e de paz a que os homens aspiram , mas
que não são capazes de construir sozinhos. Colocar estas questões significa também
procurar Alguém que não se engana e não engana ninguém, Alguém capaz de oferecer uma
certeza suficientemente forte para que por ela se possa viver e, se necessário, morrer”.
A resposta a estas interrogações, sugeriu-a Bento XVI quase a concluir esta sua primeira
alocução aos jovens congregados em Colónia: “Caros jovens, a felicidade que procurais,
a felicidade que tendes o direito de desfrutar tem um nome, tem um rosto: é Jesus
de Nazaré, escondido na Eucaristia. Só Ele dá à humanidade plenitude de vida... Quem
faz entrar Cristo na própria vida, nada perde, absolutamente nada, do que torna a
vida livre, bela, grande... Tende disso a mais firme convicção: Cristo nada tira de
tudo o que em vós há de belo e de grande; antes, tudo leva à perfeição para glória
de Deus, felicidade dos homens e salvação do mundo”.
Nas saudações iniciais aos jovens presentes em Colónia, Bento XVI reservou uma saudação
especial aos que vieram do Oriente (como os Magos), incluindo não cristãos: “Vós (disse
o Papa) sois os representantes das inumeráveis multidões de nossos irmãos e irmãs
em humanidade, que esperam sem o saber o surgir da estrela nos céus para serem conduzidos
a Cristo, Luz das Gentes, e para encontrar nele a resposta que possa apagar a sede
dos seus corações”.