Os cristãos do Iraque tem que esperar mais uma semana pela nova constituição, da qual
depende o seu futuro no país. Os responsáveis da Igreja manifestaram-se preocupados
quanto à continuação da Lei da Sharia (o cumprimento dos mandamentos islâmicos) na
constituição, o que poderá levar a que a já reduzida presença do cristianismo no Iraque
seja completamente aniquilada.
A apresentação da redacção provisória era esperada para breve devido aos diversos
pontos ainda por resolver. O governo chegou a acordo com as diversas facções adiando
a sua apresentação para daqui a uma semana.
O debate sobre o papel da Lei da Sharia na constituição causou grandes divisões dentro
do governo e instalou o medo da intolerância religiosa nas comunidades cristãs.
O Bispo Auxiliar de Bagdade, Andreas Abouna, disse recentemente à Ajuda à Igreja que
Sofre que, "se houver movimentos que indiciem a confirmação do papel da religião Islâmica
na sociedade Iraquiana, terão também que aceitar o papel das outras religiões que
estão historicamente presentes no Iraque".
Numa carta assinada pelos chefes das nove denominações Cristãs no país pedia-se apoio
e orações para os Cristãos que anseiam por igualdade de direitos religiosos no Iraque.
"Pedimos apenas igualdade, liberdade e oportunidades iguais que previnam a discriminação
racial e religiosa."
No início do ano, o Arcebispo Gabriel Kassab de Basrah expressou à Ajuda à Igreja
que Sofre a sua esperança que os Cristãos Iraquianos actuem como catalizadores no
futuro do país. Disse ainda que apesar da sua posição minoritária, "a influência de
cristãos com formação é largamente reconhecida e apreciada. Com a vossa ajuda podemos
manter a presença Cristã aqui e sermos como fermento numa nova sociedade que precisa
de crescer agora".
Neste momento, o futuro do Cristianismo no Iraque e do próprio país está ameaçado
e depende da nova constituição que será referendada em Outubro próximo e do lugar
do Islão nas novas leis.
Muitos acreditam que as comunidades Cristãs têm um papel chave na construção de um
Iraque mais democrático e uma sociedade livre. A imposição da Sharia levaria a uma
fragmentação religiosa e étnica do país.
A Ajuda à Igreja que Sofre continuará o seu apoio aos Cristãos no Iraque, que de outra
forma se veriam obrigados a abandonar um dos lugares históricos do Cristianismo.