2005-08-17 14:08:58

Episcopado brasileiro exige condenação do aborto e da eutanásia no país, após dois dias de debate da CNBB sobre questões de bioética


A 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) dedicou dois debates a questões de bioética, dos quais resultou uma declaração em defesa da vida “em qualquer dos seus estágios, desde a concepção até á morte da pessoa”.
A CNBB pedirá ao presidente Lula que não sancione nenhuma lei que atente contra o direito à vida, por exemplo a aprovação de qualquer tipo de aborto.
A Declaração sobre exigências éticas em defesa da Vida, redigida pelos bispos do Brasil assinala que “o direito à vida precede quaisquer outros direitos”.
A CNBB lembra que “a ciência não pode ser considerada a única forma válida de saber, nem detém as respostas para todos os anseios da humanidade”.
“A Igreja Católica, segundo o censo de 2000, é o grupo religioso mais numeroso do povo brasileiro. É inadmissível que, numa sociedade pluralista como a nossa, ela seja cerceada no seu direito de participar dos debates, comissões e outros mecanismos usados pelos Poderes Públicos para consulta à população, sobretudo em temas que afectam a vida e a dignidade da pessoa humana”, escrevem os Bispos, criticando duramente “visões reducionistas da dignidade humana e da ética”.
A nota condena uma série de iniciativas do Executivo brasileiro, como “a distribuição maciça de preservativos, além de produtos abortivos como o DIU e as assim chamadas pílulas do dia seguinte”.
“Nós, bispos da Igreja Católica no Brasil, em virtude da nossa responsabilidade na formação ética e moral do nosso povo, vimos manifestar publicamente a nossa discordância com essas posições dos Poderes Públicos e também das ideologias, lobbies e eventual manipulação de estatísticas que desviam a própria ciência da verdade integral sobre o ser humano”, diz o documento.
Os Bispos pedem aos políticos que se empenhem para que todos os brasileiros, “desde a sua concepção até à sua morte natural”, tenham os meios necessários para uma vida digna. Recordando a carta de Lula da Silva dirigida ao presidente da CNBB, na qual o presidente brasileiro se comprometia a “não tomar nenhuma iniciativa que contradiga os princípios cristãos”, a CNBB espera que “tais propósitos sejam traduzidos em gestos concretos, inclusive quando isso exigir o exercício do seu poder de veto, seja de projectos de lei, seja de destinação de recursos financeiros”.
A Igreja Católica no Brasil propõe-se celebrar uma Semana de Defesa e Promoção da Vida, fortalecer a Pastoral Familiar e as Pastorais Sociais, sensibilizar as famílias para o “apadrinhamento à distância” - visitas periódicas, mantendo a criança com a sua família biológica –, constituir, onde ainda não houver, Comissões Diocesanas de Defesa da Vida e mobilizar as famílias e comunidades, para que estimulem os vereadores, deputados e senadores da sua base eleitoral, de modo a que defendam e promovam a vida e a família.







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