O único Bispo Católico na Mauritânia pede auxílio, quando o país enfrenta a crise
que afecta a África Ocidental.
"Metade da população da Mauritânia está ameaçada pela fome e corre o risco de morrer.
Todos os meios deverão ser mobilizados", disse D. Martin Happe durante a sua visita
à Ajuda à Igreja que Sofre.
O Bispo Católico na República Muçulmana da Mauritânia partilhou a sua preocupação
sobre esta séria crise alimentar que o país vive. "Ainda que todos os cristãos sejam
estrangeiros, nós vivemos com os Mauritanos. Desde os anos setenta que a seca é uma
calamidade, os campos estão abandonados e as cidades sobrepovoadas. No ano passado
tivemos sete invasões de gafanhotos na região de Nouakchott e a seca continuou."
"O estado procura manter a taxa populacional nas pequenas cidades e a Igreja Católica
não se põe de parte. Estamos empenhados com a Cáritas local há 30 anos. De momento
concentramo-nos mais na formação e nos centros de apoio, permitindo aos agricultores
não só sobreviver mas manter-se nas suas zonas rurais sem que tenham de mudar-se para
os bairros de lata em Nouakchott.
A Diocese de Nouakchott prepara as comemorações do seu quadragésimo aniversário antes
do Natal deste ano. É um testemunho social e religioso do amor de Deus, bondade e
justiça para todas as crianças sem distinções, ainda mais nesta situação complexa
a que a Mauritânia está sujeita.
Esta única diocese da Mauritânia (750 mil habitantes), com duas paróquias e dois centros
missionários, conta com 4000 católicos. Numa população total de 2 milhões e 600 mil
habitantes dos quais 99% são muçulmanos, cinco comunidades religiosas, um grupo de
padres Espiritanos e 32 irmãs têm a responsabilidade pastoral de apoiar os crentes.