Vaticano pede moratória contra o uso indiscriminado e perigoso de algumas armas convencionais

Uma reflexão séria sobre o tema da legitimação do uso de armas convencionais com efeitos traumáticos e indiscriminados ; um inventário em âmbito militar destas armas para fins de segurança e precaução e uma consulta sobre este tema entre os estados as ONG, as Nações Unidas, o comité internacional da Cruz Vermelha e todos os sujeitos empenhados na acção de desminagem humanitária. Estes os pontos salientes do discurso que o arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé junto do Escritório das Nações Unidas e as instituições especializadas em Genebra, fez durante a sua intervenção na XI sessão do Grupo de peritos governamentais dos estados que fazem parte da “Convenção sobre a proibição ou limitação do uso de algumas armas convencionais que podem produzir efeitos traumáticos excessivos ou indiscriminados”, e que decorre em Genebra.
Após a segunda guerra mundial - disse o representante da Santa Sé - o uso de munições em cerca de vinte conflitos na Ásia, África, Europa, Médio Oriente e América Latina nada mais fizeram senão fazer-nos recolher informações e experiências que levaram a Santa Sé a um juízo que colocou em primeiro plano a emergência humanitária causada pelas consequências do uso de certo tipo de armas.
O arcebispo Silvano Tomasi sublinhou também a não precisão de um certo tipo de armas, um aspecto que inevitavelmente coloca em grave risco as zonas com elevada densidade populacional que se encontram perto de objectivos militares que se querem atingir; daqui a necessidade de uma acção de “desactivação” destas armas.
Concluindo - salientou o prelado, perante a assembleia de Genebra – estamos convencidos da necessidade de consultas a este propósito, que vejam empenhados todos os sujeitos institucionais empenhados na questão da desminagem, e da aprovação de uma moratória que suspenda o uso destas armas durante o inteiro período de duração da consulta, á espera que se chegue a um instrumento adequado de prevenção.