2005-08-04 16:07:41

Golpe de estado na Mauritânia


A Mauritânia sofreu esta quarta feira um golpe de Estado organizado pelos militares, principalmente membros da guarda presidencial, que aproveitaram a ausência do Chefe do Estado, Maaouiya Ould Taya, que se deslocara à Arábia Saudita para assistir ao funeral do Rei Fahd. Os autores do golpe anunciaram que um conselho militar tomou o poder por um período que não deverá exceder os dois anos, o tempo necessário para criar instituições democráticas no país.
A União Africana já condenou a "tomada de poder" pelos militares e manifestou a sua "preocupação". A França, antiga potência colonial na Mauritânia, afirmou estar "atenta" à evolução da situação no país, recusando fazer mais comentários sobre o golpe de Estado.
A Mauritânia faz a ligação entre o Magrebe e a África subsariana, constituindo uma área de transição cultural. A população divide--se entre árabes berberes no Norte e africanos negros no Sul. Num dos países mais pobres do mundo, a extracção de petróleo deve começar no próximo ano. A Mauritânia é um dos três estados da Liga Árabe que têm relações diplomáticas com Israel, sendo um dos países da região que mais reprimem o movimento islamita. Desde Abril, foram detidos vários líderes da oposição e activistas muçulmanos, acusados de cooperação com o Grupo Salafista para a Prédica e o Combate, movimento argelino suspeito de ligações à Al-Qaeda. Os analistas alertaram para o facto de o afastamento dos membros da oposição, acusados de terrorismo, aumentar os riscos de retaliação por parte dos radicais islamitas.







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