Os novos fluxos migratórios e as problemáticas das “segundas gerações” exigem um novo
conceito de cidadania. Esta é a principal conclusão do 8º Meeting Internacional das
Migrações este ano dedicado ao problema das segundas gerações, tendo como tema “Filhos
de estrangeiros ou filhos de ninguém? Os menores imigrantes protagonistas na Europa
de hoje e de amanhã”.
Os participantes do encontro assinalaram a necessidade de encontrar novos caminhos
que permitam a participação do jovem na vida da sociedade, pedindo que sejam facilitados
os processos de naturalização - adoptando os princípios do
ius soli
(direito de terra) sobre o princípio do
ius sanguinis
(direito de sangue). "É urgente uma reflexão mais global sobre o conceito de cidadania,
orientando a legislação para uma cidadania ligada mais à residência e menos à nacionalidade",
afirmam.
A iniciativa, promovida pelos missionários e leigos da agência scalabriniana para
a cooperação e o desenvolvimento, reuniu na semana passada especialistas católicos,
leigos, agentes sociais e organismos do sector. Reflectindo sobre a situação na Europa,
os participantes chegaram à conclusão que o jovem da segunda geração acaba, frequentemente,
“numa situação de conflito com a sociedade, gerada pela inculturação familiar”.
De acordo com o documento final do encontro, o problema das segundas gerações na Europa
e da falta de integração está relacionado com a questão da estagnação económica e
do desemprego juvenil. Segundo os especialistas, o problema intensifica-se, pois os
migrantes de segunda geração se inserem nas camadas média e baixa da sociedade, reproduzindo
a situação dos pais.
No Encontro internacional foram defendidas políticas migratórias que favoreçam “a
inserção e a integração” destas gerações. "É necessário prestar atenção, porque os
menores e os jovens de segunda geração não são imigrados, já que nasceram e cresceram
nos países europeus e não podem ser considerados estrangeiros, destaca o documento.