2005-08-03 12:21:44

A oração torna o homem uma rocha, salientou Bento XVI na audiencia geral. O Papa dirigiu uma saudação particularmente afectuosa a um grupo de padres chineses


Ambiente de grande entusiasmo nesta quarta-feira de manhã, na Aula Paulo VI, no Vaticano, aonde Bento XVI se deslocou propositadamente, de Castelgandolfo, para presidir à audiência geral com milhares de fiéis, entre os quais muitos jovens. Alguns destes já a caminho de Colónia, daqui a duas semanas, para a Jornada Mundial da Juventude.
Entre os peregrinos presentes na audiência não faltavam fiéis portugueses e brasileiros, aos quais Bento XVI dirigiu uma saudação na nossa língua: RealAudioMP3

“Amados irmãos e irmãs,
O clima de oração deste nosso encontro de hoje estimula-nos a viver serena e confiadamente, na certeza de que Cristo, “nossa paz”, vive conosco e por nós.
Saúdo com especial afecto aos peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, de modo especial os que vieram de Portugal, bem como um grupo de jovens do Movimento de Schoenstatt e outro provindo de São Paulo do Brasil. Abraço a todos com particular simpatia e, renovando o meu convite de nos encontrarmos em Colónia para a Jornada Mundial da Juventude, concedo de coração a minha Bênção Apostólica”.

Prosseguindo o ciclo de catequeses dedicado aos Salmos, iniciado pelo seu predecessor, Bento XVI comentou desta vez o Salmo 124, um dos chamados “cânticos das subidas”, livro de orações para a peregrinação a Jerusalém, em vista do encontro com o Senhor no Templo. O Salmo 124 – observou o Papa – “é um texto sapiencial que suscita a confiança no Senhor”. Até “mesmo quando o crente se sente isolado e circundado de riscos e de hostilidade, a sua fé deve ser serena”. Este Salmo “infunde no espírito (do crente) uma profunda confiança, ajudando-o a enfrentar as situações difíceis, quando à crise externa do isolamento, da ironia e do desprezo em relação aos crentes se associa a crise interna feita de desânimo, de mediocridade e de cansaço”.
O Salmo conclui com a tradicional saudação de shalom – paz sobre Israel, uma saudação ritmada por uma consonância com a palavra hebraica que designa Jerusalém, “cidade símbolo de paz e de santidade”. “Saudação que se torna num augúrio de esperança”. Recordando a frase paulina “Cristo é a nossa paz”, Bento XVI concluiu a sua catequese sobre o Salmo 124 citando Santo Agostinho, numa “exortação que é ao mesmo tempo um augúrio”: “Nós somos o Israel de Deus e mantemo-nos profundamente apegados à paz, porque Jerusalém significa visão de paz e nós somos Israel: aquele Israel sobre oqual está a paz” – Cristo.
A Audiência geral de hoje ficou marcada pela saudação “particularmente afectuosa” de Bento XVI a um grupo de duas dezenas de padres da Igreja “oficial” chinesa, que se encontravam na sala Paulo VI.
Segundo a agência AsiaNews, os sacerdotes, reitores e directores espirituais dos seminários locais, pertencem à Igreja controlada pelo governo da China, que não reconhece a autoridade do Papa nem da Santa Sé. O grupo estava sentado na primeira fila e saudou Bento XVI cantando e batendo palmas.
Os últimos dados disponíveis apontam para 1000 seminaristas na China, educados em 19 seminários oficiais. A Igreja “clandestina”, não controlada pelo regime comunista, conta com cerca de 800 seminaristas.
No final do mês passada, a AsiaNews, do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME), assegurara que o novo Bispo auxiliar de Xian, D. António Dang Mingyan, foi nomeado com a aprovação de Pequim e do Vaticano. Somado a esta audiência de hoje, este facto pode ser visto como um novo passo na anunciada aproximação entre as duas partes.
Durante o seu período de férias nos Alpes italianos, Bento XVI confessou aos jornalistas as expectativas que nutre em relação ao diálogo com a China, referindo que "todos esperamos que siga em frente, temos esperança".







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