O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, faz um balanço positivo do tempo de
repouso do Papa nos Alpes italianos, considerando que estas foram umas “férias de
trabalho”.
Em declarações à Rádio Vaticano, o director da sala de imprensa da Santa Sé, que acompanha
Bento XVI no Vale de Aosta desde 11 de Julho, assegurou que “o Santo Padre descansou
e, ao mesmo tempo, trabalhou muito”, num ambiente de grande privacidade.
“Ele dividiu os dias em dois, praticamente: de manhã estudava e escrevia, sobretudo;
de tarde, passeava”, explicou.
O porta-voz do Vaticano já tinha revelado que o Papa tem reservado as manhãs das suas
férias para a redacção de um livro, começado há três anos, mas desmentiu que esteja
a preparar a primeira encíclica do seu pontificado.
Apesar do clima de repouso e de meditação, em Les Combes, Bento XVI manteve a sua
atenção dirigida para a actualidade internacional, marcada pelos atentados terroristas
em várias partes do mundo. “Nenhum Papa, mesmo em férias, pode deitar para trás das
costas a humanidade”, assegurou o porta-voz do Vaticano, lembrando as intervenções
do Papa alemão durante as orações dominicais do Angelus.
Sobre a recente polémica com o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, que acusou
o Papa de ter “deliberadamente” esquecido o país na lista dos locais atingidos por
atentados terroristas nos últimos dias, Navarro-Valls defendeu que “essa acusação
não tem nenhuma base, porque Bento XVI não queria fazer um historial de todos os atentados
do mundo”.