A Santa Sé exige da ONU mais ajuda para as vitimas do tsunami: agências católicas
já disponibilizaram mais de 650 milhões de dólares
Mais de seis meses depois do trágico tsunami que devastou o sudeste asiático, a Santa
Sé foi às Nações Unidas pedir que os planos de cooperação não sejam abandonados.
As ajudas necessárias para as populações atingidas e para a reconstrução dos países
mais destruídos estiveram no centro do discurso pronunciado pelo Arcebispo Celestino
Migliore, representante do Papa na ONU, junto do Conselho Económico e Social deste
organismo (ECOSOC).
O observador permanente da Santa Sé recordou a “prontidão” com que a Igreja Católica
reagiu ao maremoto, destinando vários milhões de dólares à emergência, sublinhando
ainda a “rapidez” dos organismos católicos na concretização de projectos de reconstrução
de casas e escolas nas nações atingidas.
“Calcula-se que, globalmente, A Santa Sé e as agências a ela ligadas, disponibilizaram
cerca de 650 milhões de dólares para socorrer as populações vitimadas pelo maremoto”,
apontou.
Segundo o Núncio na ONU, esses fundos foram destinados às “necessidades mais urgentes”:
água potável, alimentos, alojamento e vestuário. “Os refugiados e os deslocados internos,
as mulheres e as crianças – particularmente expostas ao tráfico de seres humanos e
à exploração - foram os primeiros a ser socorridos”, assegura.
Após a fase de emergência, os fundos foram aplicados em “projectos de reconstrução
e reabilitação, como a reconstrução de casas, escolas e hospitais, para além do fornecimento
de material para a agricultura e a pesca”.
O Arcebispo destacou a planificação da distribuição dos recursos, referindo que “nas
regiões atingidas pelo maremoto, as nossas agências e instituições estudaram soluções
específicas para evitar a criação de uma burocracia asfixiante”. Sublinhando a importância
da assistência espiritual e religiosa, o Arcebispo Celestino Migliore afirmou que
“estamos comprometidos, em todas as circunstâncias, no respeito pelas diferenças religiosas
e culturais”.
Em conclusão, o representante da Santa Sé indicou que “a cooperação interna, bilateral,
norte-sul e sul-norte, que surgiu nesta ocasião, permitiu colocar em andamento uma
plataforma de solidariedade que não deve ser perdida, mas que, pelo contrário, deve
continuar, para o bem dos sobreviventes e de todas as populações da região”.