Nova Catedral de Lisboa com vista para o Tejo: assinado protocolo entre a Câmara e
o Patriarcado
D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa, Pedro Santana Lopes, presidente da
Câmara de Lisboa, e dois administradores da GESFIMO assinaram no passado dia 8 de
Julho o protocolo que estabelece a localização da nova Catedral de Lisboa.
O protocolo aprova os termos e condições pelos quais estas entidades definem a localização
da nova Catedral de Lisboa e o modo como prosseguirão com vista aquele objectivo.
O Cardeal-Patriarca mostrou-se agradecido pelo acolhimento que o autarca dispensou
à "sua vertente poética", preferindo uma localização para a Catedral onde "o templo
olhasse o rio". A nova construção terá a dignidade de Co-Catedral, sob o orago de
Santo António, já que D. José Policarpo não pretende a coexistência de uma "Sé Velha"
e de uma "Sé Nova".
Na sua intervenção, o Patriarca de Lisboa congratulou-se também pelo facto de este
novo templo, para o qual promete uma solução arquitectónica "de qualidade", vir servir
a nova população residente na zona da “Expo”, como igreja paroquial, já que "vivemos
num país que não se pode dar ao luxo de construir obras supérfluas".
A Câmara Municipal sugeriu este terreno, devido à sua localização perto do rio, como
pretendia o Patriarcado, a sul do Parque das Nações e da Avenida Marechal Gomes da
Costa, e às boas condições de acessibilidade, o que foi aceite pelo Patriarcado.
No âmbito de um protocolo de 1981, o município de Lisboa e o Patriarcado tinham acordado
na construção de uma nova Catedral, a “Basílica de Santo António das Comunidades”,
que ficaria situada no Alto do Parque Eduardo VII. Posteriormente aventou-se a hipótese
de construir a nova Catedral na Alta de Lisboa.
A localização da nova Sé esteve, depois, prevista para a zona do Parque das Nações,
mas só agora foi definido um novo terreno, mais próximo do viaduto após a Avenida
Infante Dom Henrique.
A construção da Sé está prevista no Plano de Urbanização da Zona Ribeirinha Oriental
(PUZRO), que se encontra em fase de conclusão e que será submetido a parecer da Comissão
de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.
Na Missa Crismal de 2004, D. José Policarpo falou na necessidade de construir uma
nova “Co-Catedral” e considerou “importante a Igreja Catedral na edificação da Igreja
Diocesana, enquanto fonte da sua riqueza sacramental e símbolo da sua unidade”.
Ao longo dos anos enquanto Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo foi deixando claro
que “o projecto de uma nova Catedral é um projecto de gerações” que não se deveria
menosprezar.
O abandono do projecto no Parque Eduardo VII foi justificado por razões pastorais
(não são necessários mais templos naquela zona da cidade, que não está em expansão)
e D. José sempre manifestou o desejo de que a nova Sé seja um templo integrado na
cidade do futuro, que responda a necessidades pastorais concretas e que “mantivesse
um diálogo com o rio”.