Angelus: Bento XVI pronuncia-se sobre os atentados de Londres. "Parem! Em nome de
Deus. ..Que o Senhor toque os seus corações,disse o Papa aos autores dos atentados.
Falando de S. Bento cuja festa ocorre nesta segunda feira, o Papa salientou que o
nosso tempo precisa de referencias espirituais sólidas
"Parem! Em nome de Deus",. É o apelo de Bento XVI contra o terrorismo dirigido aos
autores dos atentados que há três dias feriram o coração da capital britânica.
Nas palavras proferidas neste domingo depois da recitação do Angelus o Papa disse:
“sentimos todos uma profunda dor pelos atrozes atentados terroristas de quinta feira
passada em Londres”.
Depois o Papa convidou os fiéis a rezar pelas pessoas mortas, pelos feridos e pelos
seus queridos. Mas rezemos também - - acrescentou - pelos autores dos atentados para
que o Senhor toque os seus corações.
A todos aqueles que fomentam sentimentos de ódio e a todos os que realizam acções
terroristas repugnantes, digo: Deus ama a vida que criou, e não a morte" "Parem! Em nome de Deus"
A espiritualidade de S. Bento indica o caminho da santidade pessoal que é uma autêntica
urgência pastoral da nossa época, na qual se adverte a necessidade de ancorar a vida
e a historia a referencias espirituais sólidas.
Este o tema do qual Bento XVI falou ás cerca de 40 mil pessoas presentes neste domingo
ao meio dia na Praça de S. Pedro para a ultima recitação do Angelus no Vaticano antes
da partida para férias em Val d’Aosta no norte da Itália e da transferência para Castelgandolfo.
Amanhã - disse o Papa – ocorre a festa de S. Bento Abade padroeiro da Europa, um Santo
que me é particularmente querido como se pode intuir da escolha que fiz do seu nome.
Nascido em Norcia por volta do ano de 480, Bento fez os primeiros estudos em Roma,
mas desiludido com a vida da cidade retirou-se para Subiaco, servindo-se das ruínas
de uma ciclópica vila do imperador Nero. Juntamente com os seus primeiros discípulos
construiu alguns mosteiros criando uma comunidade fraterna fundada no primado do amor
de Cristo na qual a oração e o trabalho se alternavam harmoniosamente em louvor de
Deus. Alguns anos mais tarde, em Montecassino deu uma forma completa a este projecto
, colocando-o por escrito na Regra, a única sua obra que chegou até nós.
No meio das cinzas do império romano, Bento, procurando antes de mais o Reino de Deus
- prosseguiu o Papa – talvez sem se dar conta lançou a semente de uma nova civilização
que se desenvolveria, integrando os valores cristãos com a herança clássica, dum lado,
e as culturas germânica e eslava do outro.
Há um aspecto típico da sua espiritualidade - disse depois o Papa – que hoje desejaria
sublinhar de maneira particular. Bento não fundou uma instituição monástica finalizada
principalmente à evangelização dos povos bárbaros, como outros grandes monges missionários
da época, mas indicou aos seus sequazes como objectivo fundamental, ou melhor, único
da existência a procura de Deus. Porém ele sabia que quando o crente entra em relação
profunda com Deus não se pode contentar em viver de maneira medíocre seguindo uma
ética minimalista e uma religiosidade superficial.
Nesta luz compreende-se melhor a expressão que S. Bento tirou de S. Cipriano e que
sintetiza na sua Regra o programa da vida dos monges. Não antepor nada ao amor de
Cristo.
Nisto consiste a santidade, proposta válida para cada cristão e tornada uma autentica
urgência pastoral nesta nossa época na qual se adverte a necessidade de ancorar a
vida e a historia a sólidas referencias espirituais