Reunião do G8,hoje e amanhã para discutir possiveis soluções para a luta contra a
pobreza e o aquecimento global do planeta
Os líderes dos países do G8 (sete países mais industrializados e Rússia) reúnem-se
a partir de hoje em Gleneagles, na Escócia, para discutir as soluções possíveis para
a luta contra a pobreza e o aquecimento global do planeta. Questões relacionadas com
o Médio Oriente, o combate ao terrorismo e a proliferação dos armamentos serão igualmente
debatidas pelos dirigentes dos oito países. Mas é na ajuda ao continente africano
devastado pela SIDA, seca, conflitos armados, corrupção, que se irão concentrar os
líderes do G8. Entre as soluções defendidas pela Comissão África, criada pelo primeiro-ministro
britânico, Tony Blair, estão a duplicação da ajuda a África, o perdão da dívida externa
e o fim das barreiras comerciais. As organizações não-governamentais temem que desta
reunião voltem a sair apenas promessas que não são depois cumpridas, com o argumento
de que a ajuda não é aplicada nos projectos a que se destina. Para a organização britânica
Oxfam, os países pobres necessitam de uma ajuda imediata adicional de 30 mil milhões
de dólares, valor que sobe para 50 mil milhões no próximo ano e para 100 mil milhões
em 2010, nas estimativas da ONU.
Na V Cimeira da União Africana, que terminou ontem a Líbia, o presidente da Comissão
Europeia também anunciou a intenção de duplicar a ajuda ao desenvolvimento para 45
mil milhões de dólares em 2015, sendo mais de metade desta verba destinada a África.
Nesse sentido, «Foco em África» é o nome da nova estratégia europeia para o continente
que será apresentada em Outubro próximo.
Os preparativos para a Cimeira do G8 começaram de forma pouco pacífica, depois de
confrontos registados na última segunda-feira entre forças de segurança escocesas
e anarquistas em Edimburgo. Cem manifestantes foram já presentes em tribunal, segundo
fontes policiais.
Os chefes de Estado e governo dos 53 países-membros da União Africana (UA) aprovaram
ontem no encerramento da cimeira da organização, uma declaração pedindo aos países
mais industrializados (G8) a anulação das dívidas externas. Esta “posição comum” pan-africana
é extensiva aos subsídios concedidos pelos países mais ricos aos seus produtos agrícolas,
causa da ruína na economia de subsistência dos mais pobres, disse o porta-voz da UA,
Adam Thiam.