A Santa Sé espera que sejam normalizadas em breve as suas relações diplomáticas com
o Vietname
A Santa Sé espera que as relações diplomáticas com o Vietname sejam normalizadas em
breve, após os vários passos que vêm sendo dados nesse sentido há já algum tempo.
Em comunicado publicado no passado fim-de-semana, a Santa Sé revela que o director
da comissão do governo vietnamita para os assuntos religiosos esteve no Vaticano para
um visita que versou sobre “alguns aspectos da vida da Igreja católica no Vietname,
detendo-se em algumas evoluções registradas desde o único encontro e nos problemas
que continuam em aberto”.
Ngo Yen Thi encontrou-se com o Arcebispo Giovanni Lajolo, secretário do Vaticano para
as relações com os Estados, e com D. Pietro Parolin, subsecretário do mesmo organismo.
A delegação vietnamita encontrou-se ainda com o prefeito da Congregação para a Evangelização
dos Povos, Cardeal Crescenzio Sepe, e representantes de outros organismos da Cúria
Romana.
O governo vietnamita não permite que se nomeiem directamente Bispos, mas exige que
a Santa Sé apresente alguns nomes entre os quais o governo elege o candidato que considera
oportuno. As autoridades decidem também os candidatos aos seminários e à ordenação
sacerdotal.
Mais de 6 milhões de cristãos vivem no Vietname, com uma população de cerca de 80
milhões de pessoas. As organizações de defesa dos direitos humanos acusam o país de
prender, perseguir e torturar membros da minoria cristã que habita nos planaltos no
centro do país, os chamados "montagnard".
No Vietname, a liberdade religiosa é garantida pela Constituição, mas na prática –
sobretudo a nível local e nas regiões interiores e montanhosas – esta liberdade é
violada por contínuos vexames, detenções de fiéis e demolição de igrejas e templos.
A política do Governo visa controlar todos os movimentos religiosos. Um decreto sobre
a religião, de 1999, reconhece os direitos religiosos e embora permitindo “seguir,
não seguir ou mudar de religião”, estabelece penas severas para aqueles que “usam
a religião para minar a unidade do Estado”. Com base nesta afirmação genérica que
se presta a todas as interpretações, a liberdade religiosa está a sofrer fortes restrições.
Actualmente, as relações entre a Santa Sé e Hanói estão limitadas a uma visita anual
ao Vietname de representantes da Santa Sé, que mantêm encontros com representantes
do governo. Neste país não existe presença estável de um Núncio Apostólico nem representante
diplomático da Santa Sé.