2005-07-03 16:26:55

O Mundo unido contra a pobreza: o Live 8 chamou a atenção dos líderes do G8


Centenas de milhares de pessoas assistiram, em todo o mundo, aos dez concertos do Live8, para apelar ao fim da pobreza em África e aplaudir algumas das maiores estrelas da música rock e pop. Iniciados em Tóquio, os concertos - pensados pelo músico irlandês Sir Bob Geldof como forma de pressionar os dirigentes do G8 -, prosseguiram em Joanesburgo, Berlim, Roma, Londres, Moscovo, Barrie (Canadá), Versailles (França) e Filadélfia (Estados Unidos).
Em Londres, o palco forte deste evento, onde 250 mil pessoas assistiram ao espectáculo gratuito que decorreu em Hyde Park, actuaram estrelas como os Pink Floyd, que retomaram a sua formação com Roger Waters para a ocasião, Sting, U2, Paul MacCartney, Madonna, Coldplay, Elton John, REM, Dido, Robbie Williams, Mariah Carey, Annie Lennox, Dakota, e o senegalês Youssou N’Dour, um dos raros africanos a actuar na capital britânica.
Numa mistura de géneros musicais pouco habitual, o concerto de Londres contou também com a presença do milionário norte-americano Bill Gates, fundador da Microsoft, e do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.
Tal como aconteceu há 20 anos, o planeta parou para ver os concertos, escutar as mensagens, pensar em África. Mas desta feita não só a festa se multiplicou por mais palcos e cidades como chegou a mais pessoas via televisão (numa audiência global de três mil milhões de espectadores, recorde na história da televisão) e visou, pessoalmente, os oito líderes do G8, que quarta-feira se reúnem na Escócia. Músicos e outras figuras de relevo pegaram nos microfones para pedir pelo perdão da dívida africana, por um comércio justo, por água potável e ar respirável, pelo combate à sida. E, como Dido disse a meio da tarde, "esses oito senhores vão-se reunir e nós estaremos à espera".
Na era da interactividade, o Live 8 convidou todos os espectadores a assinar uma petição - a Live 8 List - a entregar aos líderes do G8.
A petição lançada globalmente sublinha os princípios de uma carta aberta de Bob Geldof ontem publicada em diversos jornais britânicos, na qual o organizador do Live 8 definia o espírito desta nova megaoperação e vincava que a cimeira será uma decepção se os países envolvidos não entregarem uma soma adicional de mais de 25 milhões de euros de ajuda a África. "Não aplaudiremos meias medidas ou as políticas do costume. Este momento tem de fazer história. Hoje vai haver barulho, música e alegria. E na sexta-feira [no final da cimeira] haverá um grande silêncio quando o mundo estiver à espera do veredicto", escreveu. E rematava pedindo aos políticos que não desapontem quem deles espera acção "Não criem uma geração de cínicos", remata Bob Geldof.
Todos os participantes estão convidados para uma concentração em Edimburgo, dia 6, onde Bob Geldof espera reunir um milhão de pessoas para uma manifestação de protesto perto do local da reunião do G8, em Gleneagles.
O Live8 foi organizado para pressionar os dirigentes dos países que constituem o G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia), antes da cimeira de três dias que tem início a 6 de Julho, na Escócia, para que actuem contra pobreza no continente africano. Segundo os produtores do evento, 85 por cento da população mundial - cerca de 5,5 mil milhões de pessoas em 140 países – tiveram acesso à difusão dos espectáculos, no que torna o Live8 o evento em directo com a maior transmissão televisiva.







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