João Paulo II a caminho dos altares: Bento XVI saudou o inicio do processo de beatificação.
Bento XVI que autorizou com uma sua decisão o inicio do processo de beatificação de
João Paulo II quis saudar ontem no fim da tarde o inicio real da causa através das
câmaras de televisão que transmitiam uma festa em sua honra que teve lugar na Aula
das audiências do Vaticano. Fê-lo no fim do seu discurso recordando o “amado predecessor
João Paulo II do qual” - disse no momento em que partia um longo e caloroso aplauso
– “precisamente hoje inicia o processo de beatificação”.
E facto, no momento em que se concluía esta manifestação no Vaticano o Vigário do
Papa para a diocese de Roma Card. Camilo Ruini abria oficialmente na Basílica de São
João de Latrão o processo de beatificação de João Paulo II. A cerimonia teve inicio
com as primeiras vésperas da solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, padroeiros
de Roma, e concluiu-se com o convite á oração para implorar graças por intercessão
do Servo de Deus o Papa João Paulo II.
O Cardeal Camillo Ruini, vigário do Papa para a Diocese de Roma e presidente do tribunal
diocesano encarregado de instruir o processo, desejou que o percurso seja rápido.
“Pedimos ao Senhor, de todo o coração, que a causa de beatificação e de canonização
que começou esta tarde possa chegar rapidamente ao seu termo”, declarou o Cardeal
Ruini perante milhares de fiéis reunidos no interior e no exterior da Catedral.
No seu discurso, o Vigário de Roma assegurou ainda que é “unânime e universal o convencimento
da santidade” do Papa falecido.
O Cardeal sintetizou o legado de João Paulo II através do “seu amor pela humanidade,
que o levou a uma obra incansável para evitar as guerras e restabelecer a paz; para
assegurar aos povos mais pobres, aos últimos da terra, uma esperança de vida e de
desenvolvimento; para defender a dignidade da pessoa, desde a sua concepção até à
morte natural”.
O homem da confiança de João Paulo II para a Diocese de Roma destacou o impacto que
a II Guerra Mundial teve na vida do Papa polaco, bem como os duros anos do comunismo
na Polónia e os ensinamentos de São João da Cruz e Santa Teresa de Jesus.
O Cardeal Ruini precisou que, até ao último momento da sua vida, suas dores foram
um testemunho para a humanidade sobre o significado cristão do sofrimento e a morte.
“Por isso, os dias das suas exéquias foram para Roma e o mundo, dias de extraordinária
unidade, de reconciliação, de abertura da alma a Deus”, acrescentou.