Falta de liberdade religiosa na Turquia: esta a denuncia do Núncio Apostólico.
O Núncio Apostólico na Turquia, o Bispo libanês D. Edmond Farhat, denunciou que "na
Turquia, que se define uma democracia laica, a liberdade religiosa existe apenas no
papel" já que "é sancionada na Constituição, mas não é aplicada de facto".
"Existem faltas na aplicação das leis para o exercício de outras religiões, processos
que duram décadas, estranhos atrasos, reticências e resistências que levam a pensar
numa estratégia para não consentir aos cristãos a mesma liberdade que as religiões
não-cristãs gozam na Europa", acrescentou D. Farhat, em declarações à agência italiana
ANSA.
Falando de uma “Cristianofobia institucional”, o prelado afirmou que “na Turquia existe
um medo do cristianismo institucional não muito diferente daquele que existe noutros
países muçulmanos".
O Núncio também falou sobre a influência da União Europeia no processo da liberdade
religiosa na Turquia, assinalando que “a UE está a fazer muito pela liberdade religiosa
na Turquia, mas não é suficiente, é preciso colocar a liberdade religiosa não como
uma condição, mas como um direito".
O representante do Papa aponta o dedo às acusações de “proselitismo” levantadas contra
missionários das Igrejas protestantes, sob o pretexto de constituírem “uma ameaça
à unidade da nação turca”, lembrando ainda que a Igreja Católica pede desde 1970 o
reconhecimento jurídico que ainda não lhe foi concedido.