2005-06-23 13:00:31

Solidariedade com as Igrejas mais carecidas: exortação do Papa aos participantes no encontro da ROACO (Reunião Obras Ajuda Igrejas Orientais)


“Desde os inícios do anúncio cristão que as comunidades cristãs mais pobres e carecidas conheceram formas de apoio da parte das mais favorecidas. No nosso tempo, marcado tantas vezes por tendências individualistas, aparece ainda mais necessário que os cristãos testemunhem uma solidariedade que ultrapasse todas as fronteiras, construindo um mundo onde todos se sintam acolhidos e respeitados”: palavras de Bento XVI recebendo esta manhã em audiência, no Vaticano, os participantes na assembleia anual da ROACO - Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais.

Nas saudações iniciais, o Papa mencionou nomeadamente o cardeal Inácio Moussa Daoud, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, e o Arcebispo-Maior de Lviv, cardeal Lubomyr Husar, convidado especial deste encontro que analisou especialmente a situação da Igreja greco-católica na Ucrânia, cujo “contínuo desenvolvimento, após o triste inverno do regime comunista (observou o Pontífice) é motivo de alegria e de esperança, até porque a antiga e nobre herança espiritual de que é guardiã a comunidade greco-católcia, constitui um tesouro para o progresso de todo o povo ucraniano. Daqui a exortação: “Apoiai o seu caminho eclesial e favorecei tudo o que favorece a reconciliação e a fraternidade entre os cristãos da amada Ucrânia.”

A presença em Roma, “junto da sede de Pedro”, de cerca de quinhentos estudantes orientais das Igrejas Católicas (padres e seminaristas) – observou Bento XVI – “constitui uma oportunidade a valorizar”. Mas ao mesmo tempo é justo o desejo de “qualificar com a máximo atenção as instituições de formação já existentes nas próprias Igrejas orientais: para além do apoio material, há que incentivar a acção formativa que, por um lado, aprofunde a genuina tradição local, tendo na devida consideração o progresso orgânico das Igrejas Orientais, conduzindo ao mesmo tempo àquele verdadeiro aggiornamento proposto pelo Concílio Vaticano II, concluído há precisamente quarenta anos”.

A concluir, uma referência a Jerusalém e à Terra Santa, “em relação às quais os cristãos têm uma dívida inesquecível”. O Papa referiu “alguns sinais positivos, que nos chegam nos últimos meses, tornam mais firme a esperança que não tarde a aproximar-se o dia da reconciliação entre as várias comunidades presentes na Terra Santa”, intenção pela qual disse rezar com confiança.
A gestão dos Lugares Santos são objecto, há séculos, de discussões entre cristãos.
A ROACO apelara ontem, por seu turno, ao regresso dos peregrinos à Terra Santa, assegurando que é "totalmente seguro" retomar a dinâmica das peregrinações, de que a comunidade local muito depende.







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