As mesas de voto encerraram ao final da tarde na Guiné-Bissau, culminando um dia de
votação para a escolha do próximo Presidente do país que, de acordo com os observadores
internacionais, decorreu sem incidentes.
“Todas as urnas fecharam às 17h00 [18h00 em Lisboa], à excepção de algumas que tinham
sido abertas um pouco mais tarde”, afirmou Vera Cabral Monteiro, secretária executiva
da Comissão Nacional Eleitoral guineense.
A responsável, que falava aos jornalistas em Bissau, disse não ter ainda dados precisos
sobre a taxa de participação nas eleições, mas afirmou que foi possível constatar
“uma forte afluência” de eleitores aos locais de voto.
Vários observadores internacionais, contactados pela AFP, afirmam não ter registado
incidentes ou problemas de funcionamento durante as votações, em contraste com o que
sucedeu nas legislativas de Março do ano passado, altura em que vários atrasos na
distribuição dos materiais de voto perturbaram o escrutínio.
“Para já o grande vencedor das eleições é a população, que se deslocou [às urnas]em
grande número em quase todo o país”, afirmou Johan Van Heycke, chefe da missão de
observadores da União Europeia às eleições guineenses. “Ficámos com a impressão de
que em todo o país as pessoas tiveram oportunidade de se expressar sem serem intimidadas”,
acrescentou o representante europeu, afirmando que os dados disponíveis apontam para
uma participação elevada.
Também o ex-Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, enviado especial da ONU, considerou
que as presidenciais “decorreram de forma transparente”, cita a TSF.
Cerca de 540 mil eleitores registados foram chamados às urnas para escolher entre
os 13 candidatos às terceiras presidenciais realizadas no país desde a independência,
mas apenas três deles têm hipóteses de vencer: os dois ex-Presidentes, Kumba Ialá
e Nino Vieira, e o antigo Presidente interino Malan Bacai Sanha.
Os resultados provisórios deverão ser conhecidos na próxima semana, sendo a principal
expectativa saber se será necessária a realização de uma segunda volta, prevista para
17 ou 24 de Julho.
O principal receio dos observadores prende-se com a possibilidade de algum dos candidatos
não esperarem pelo anúncio oficial dos resultados para reclamar vitória, o que poderia
desestabilizar a situação no país.