2005-06-07 12:40:12

Bioética e familia, temas centrais do discurso do Papa na abertura do encontro sobre a familia promovido pela diocese de Roma:Bento XVI pediu a defesa da inviolabilidade da vida humana


Intervindo nesta segunda feira á noite no encontro promovido pela diocese de Roma sobre a família Bento XVI reafirmou a nítida contrariedade da Igreja perante qualquer hipótese de manipulação da vida que nasce.
No homem e na mulher - afirmou o Papa sobre o tema controverso da manipulação da vida – a paternidade e a maternidade, como o corpo e o amor, não se deixam circunscrever ao aspecto biológico; a vida é dada inteiramente somente quando com o nascimento são dados também o amor e o sentido que tornam possível dizer sim a esta vida.
Precisamente a partir daqui-afirmou o Papa- torna-se muito claro quanto é contrário ao amor humano, á vocação profunda do homem e da mulher, fechar sistematicamente a própria união ao dom da vida, e mais ainda suprimir ou manipular a vida que nasce.
Num contexto cultural como é o actual- explicou Bento XVI – dominado por um relativismo que nega a verdade cristã, a vida deve ser defendida, pela Igreja e pela comunidade dos fiéis, desde a sua concepção até á morte.
Portanto o Papa explicou que a natureza não pode ser libertada de Deus com base em critérios simplesmente funcionais e técnicos para uma presumida felicidade superior do homem. Desta maneira- afirmou- nega-se a própria essência da natureza que provém da criação de Deus.
O aviltamento do amor humano, a supressão da autentica capacidade de amar revela-se de facto, no nosso tempo- explicou Bento XVI na Basílica de São João de Latrão – a arma mais idónea e mais eficaz para afastar Deus do homem, para afastar Deus do olhar e do coração do homem. Ao mesmo tempo a vontade de libertar a natureza de Deus leva a perder de vista a própria realidade da natureza, incluindo a natureza do homem, reduzindo-a a um conjunto de funções, das quais dispor á vontade para construir um pressuposto mundo melhor e uma pressuposta humanidade mais feliz.
O Papa quis defender com força também a família natural fundada no matrimónio entre o homem e a mulher.
Palavras proferidas num momento em que a Suiça deu luz verde ás uniões homossexuais através de um referendo, enquanto que a Espanha já seguiu o mesmo caminho. Várias formas de regulamentação das uniões de facto e dos casais homossexuais existem já em vários países europeus.
É portanto com o olhar dirigido a uma série de modificações legislativas que puseram em discussão a família tradicional, em grande parte na Europa, que o Papa lançou o seu alarme contra os matrimónios entre pessoas do mesmo sexo e as uniões livres.
As várias formas de dissolução do matrimónio, como as uniões livres e o matrimónio de prova- disse Bento XVI- até ao pseudo-matrimonio entre pessoas do mesmo sexo, são pelo contrário expressões de uma liberdade anárquica que erroneamente se faz passar por verdadeira libertação do homem.
Segundo o Papa uma tal pseudo liberdade, tem o seu fundamento numa banalização do corpo, que inevitavelmente inclui a banalização do homem. O seu pressuposto é que o homem pode fazer de si mesmo o que quiser: o seu corpo torna-se assim uma coisa secundária do ponto de vista humano, que se pode utilizar á vontade.










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