" Não podemos viver sem o domingo":homilia Papa no encerrramento do Congresso Eucaristico
em Bari.
Bento XVI renovou, domingo de manhã, em Bari, o seu “empenho fundamental” a favor
da unidade dos cristãos. Na homilia da Missa conclusiva do Congresso Eucarístico Nacional
(italiano), que teve lugar ao longo de oito dias nesta cidade do sul de Itália, o
Papa – recordando que “a Eucaristia é sacramento de unidade” – exortou os fiéis cristãos
a “tenderem com todas as suas forças àquela plena unidade que Cristo ardentemente
desejou no Cenáculo”.
“Precisamente aqui em Bari, cidade que guarda os ossos de S.Nicolau, terra de encontro
e de diálogo com os irmãos cristãos do Oriente, quereria reafirmar a minha vonta de
assumir como empenho fundamental o de actuar com todas as eneregias à reconstituição
da plena e visível unidade de todos os discípulos de Cristo.”
O Papa declarou-se “consciente de que para tal não bastam as manifestações de bons
sentimentos”: “ocorrem gestos concretos que entrem nos espíritos e toquem as consciências,
solicitando cada um àquela conversão interior que é o pressuposto de todo e qualquer
progresso no caminho do ecumenismo”.
“A todos vós peço que tomeis com decisão o caminho do ecumenismo espiriutal, que na
oração abre as portas ao Espírito Santo, o único que pode criar a unidade”.
Evocando o tema deste XXIV Congresso Eucarístico – “Não podemos viver sem o domingo”,
Bento XVI exortou a “redescobrir a alegria do domingo cristão” e a “redescobrir com
brio o privilégio de poder participar na Eucaristia, sacramento do mundo renovado”.
O domingo recorda e celebra a ressurreição de Cristo, e com ele o início da nova criação,
dando em alimento na Eucaristia.
“Temos necessidade deste Pão para enfrentar as fadigas e os cansaços da viagem. O
Domingo, Dia do Senhor, é a ocasião propícia para d’Ele – que é o Senhor da vida -
receber forças. O preceito festivo não é, portanto, um mero dever imposto de fora,
uma carga que nos pesa. “
“Participar na Celebração dominical, alimentar-se do Pão eucarístico e experimentar
a fraternidade dos irmãos e irmãs é uma necessidade para o cristão, que pode assim
encontrar a energia necessária para o caminho a percorrer em cada dia. Um caminho
que, aliás, não é arbitrário: a estrada que Deus indica mediante a sua Lei vai na
direcção que se inscreve na própria essência do homem. Segui-la significa, para o
homem, realizar-se a si mesmo; perdê-la de vista, equivale a perder-se”.
No final da celebração, antes da bênção conclusiva, o Papa convidou à recitação do
Angelus dominical, “contemplando o mistério da Eucaristia, ao qual (sublinhou) se
encontra intimamente conexo o mistério da Incarnação”. “Na escola de Maria, “mulher
eucarística”, como gostava de a invocar o saudoso João Paulo II, acolhamos em nós
próprios, por obra do Espírito Santo, a presença viva de Jesus, para levá-lo a todos
no amor de serviço. Aprendamos a viver sempre em comunhão com Cristo crucificado e
ressuscitado, fazendo-nos nisto guiar pela sua e nossa Mãe celeste. Assim, alimentada
pela Palavra e pelo Pão da vida, a nossa existência tornar-se-á inteiramente eucarística,
e ser fará perene acção de graças ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo.”
O referendo sobre a Constituição Europeia, neste domingo,em França, suscitou uma
atenção particular da Conferência Episcopal Francesa e do Conselho das Igrejas Cristãs,
que tomaram uma posição comum,como refere Adelino de Sousa, correspondente - em Paris
– da Rádio Renascença, Emissora Católica Portuguesa.
Inserto: 1’14”
... Adelino de Sousa, correspondente da RR em Paris , referindo o comunicado conjunto
das Igrejas de França, com um apelo à participação dos cidadãos no referendo deste
domingo, sobre o Tratado da Constituição Europeia. Altos representantes de católicos,
protestantes e ortodoxos franceses reconhecem os aspectos positivos da Constituição
Europeia, sobretudo ao nível do respeito pelos direitos e pela dignidade humana.
Apesar das sondagens indicarem uma forte divisão dos franceses , poderia acabar por
vencer o sim: esta a opinião de D. JanuárioTorgal Ferreira, bispo das Forças Armadas,
que preside neste fim de semana, em Lourdes, à peregrinação internacional dos militares
àquele santuário mariano.
Inserto: 0’39”
... A opinião do Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, que está
neste momento em Lourdes a acompanhar a peregrinação internacional dos militares àquele
santuário mariano. Dom Januário Torgal Ferreira conhece de perto a realidade francesa.
Uma opinião sobre o referendo que hoje tem lugar em França.
Mas de facto é uma questão que também interessa aos portugueses, uma vez que Portugal
vai ser chamado também a fazer uma consulta semelhante em data ainda a anunciar. Para
já, o governo e a oposiçáo, ainda discutem quando e como se virá a realizar este referendo.
O actual primeiro-ministro português já colocou a hipótese da realização simultânea
deste referendo com as próximas eleições autárquicas. Mas o debate ainda nem sequer
começou em Portugal.
Do lado da Igreja, no último Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa
foi dito que os Bispos vão preparar uma Nota Pastoral sobre a importância deste referendo.
Os Bispos não tencionam influenciar o sentido do voto dos portugueses, como é evidente,
mas consideram que é fundamental esclarecê-los.
Este o contexto da entrevista que o nosso correspondente em Portugal, Domingos Pinto,
fez ao presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga.