A Eucaristia força dos católicos debaixo do perigo no Iraque: testemunho do bispo
auxiliar do patriarcado caldeu de Bagdade
Dom Shlemon Warduni, bispo auxiliar do Patriarcado Caldeu de Bagdá, constata que a
Eucaristia é a força dos católicos no meio da violência que enfrentam há anos.
Dando o seu testemunho no Congresso Eucarístico Nacional Italiano, o prelado constatou
que ser cristão no Iraque não é fácil, «mas não só hoje, há décadas o nosso povo vive
no sofrimento».
No Iraque, os católicos caldeus são uma minoria que conta com pouco mais de 700 mil
fiéis em um país de mais de 26 milhões de habitantes, 97% muçulmanos.
«A guerra destrói tudo --exclamou o bispo de Bagdade dando o seu testemunho. Nós
experimentamo-lo cada dia: a guerra não resolve nenhum problema. Pelo contrário, traz
outros: fome, mortos, órfãos, famílias destruídas, imoralidade».
«Á minha volta vejo quotidianamente artefactos que matam inocentes. Para quê? Que
Deus dê luz a esses dirigentes do mundo responsáveis disto. Que busquem antes de tudo
o bem dos iraquianos, antes de decidir se fazem a guerra no Iraque ou noutras partes»,
pediu.
« A nossa evangelização consiste em visitar os pobres, em dar medicamentos aos enfermos
muçulmanos, em visitar os necessitados. Seria um absurdo ou desperdício pensar que
se pode evangelizar segundo as categorias europeias --reconhece--. Com os muçulmanos,
não falamos da Eucaristia, vivemo-la».
Também, conclui Warduni, anunciamos o «Evangelho da paz. Este é o anúncio de Cristo:
pregar a paz, o amor, sem vinganças, sem hostilidade. Isto toca o coração dos muçulmanos
muito mais do que muitas palavras».