2005-05-27 13:37:06

Um sinodo de reconciliação e uma aliança para defender as raizes cristãs: propostas do Card. Walter Kasper no congresso eucaristico italiano, em Bari


O presidente do conselho pontifício para a unidade dos cristãos propôs aos ortodoxos um sínodo de reconciliação e, juntamente com aos filhos da Reforma protestante, uma aliança a favor da redescoberta das raízes cristãs.
O cardeal Walter Kasper, fez estas propostas quarta-feira intervindo no Congresso Eucarístico Nacional Italiano que decorre em Bari.
No inicio da sua intervenção, recordou que em Bari --«cidade ponte entre Ocidente e Oriente, lugar do túmulo de São Nicolau, o santo da caridade reconciliadora, venerado tanto no Oriente como no Ocidente», aconteceu em 1098 um sínodo de bispos gregos e latinos».
«Por que não esperar que aqui, em Bari, mil anos depois do sínodo de 1098, em 2098 (e por que não antes?), possamos celebrar de novo um sínodo de bispos gregos e latinos, um sínodo de reconciliação?», perguntou.
O novo pontificado de Bento XVI, assegurou, «deu-nos a esperança de que estas expectativas não são utopias».
«Esperamos de coração, e eu estou profundamente convencido, que depois dos grandes esforços e dos importantes passos de João Paulo II, o novo Papa Bento XVI aplaine e abra o caminho para uma perspectiva assim», acrescentou.
O Card. Kasper reconheceu que ortodoxos e católicos «somos os herdeiros da cultura européia comum e temos os mesmos valores éticos que são fundamentais para o bem das nossas sociedades e para os seus homens».
«Mas esses valores estão seriamente ameaçados tanto pelo secularismo na Europa ocidental como pelas profundas lacerações que provocaram na Europa oriental quarenta ou setenta anos de propaganda e de educação atéia», declarou.
«Que pode ser mais urgente que como próximo passo no largo caminho para a plena comunhão formemos uma aliança a favor da redescoberta das raízes cristãs da Europa?», perguntou.
«Uma aliança --indicou-- para ajudarmos mutuamente a favor dos valores comuns e de uma cultura da vida, da dignidade da pessoa, da solidariedade e da justiça social, pela paz e pela salvaguarda da criação».
O cardeal também apresentou esta «aliança» aos «irmãos protestantes», que enfrentam este mesmo desafio.
O purpurado enfrentou também a questão do ministério petrino (do bispo de Roma), que constitui uma das dificuldades para o avanço para a unidade plena.
Neste sentido, fez-se eco da proposta de João Paulo II, lançada a 25 de maio de 1995 com a encíclica «Ut unum sint» «de encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de nenhum modo ao essencial de sua missão, se abra a uma situação nova».
«Que impede de começar já hoje, aqui em Bari, a discutir sobre esta proposta?», perguntou aos presentes o cardeal Walter Kasper. «Por que não reflectir juntos sobre uma osmose entre o princípio de sinodalidade e o de colegialidade e o princípio petrino, que precisamente nas semanas passadas mostrou a sua força espiritual?».







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