2005-05-25 12:02:21

Ex primeiro ministro português Antonio Guterres, novo Alto Comissário para os Refugiados


O antigo primeiro ministro português António Guterres é o novo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados ( ACNUR ).O ex-primeiro-ministro português foi escolhido de entre uma lista que integrava o francês Bernard Kouchner, antigo ministro da Saúde e ex-representante especial da ONU no Kosovo, o australiano Gareth Evans, presidente do International Crisis Group, em Bruxelas, e o tunisino Kamel Morjane, Alto-Comissário adjunto para os refugiados. Uma noticia acolhida em Portugal com bastante satisfação, como é evidente, não só por se tratar da escolha de um português, mas também por ser uma pessoa com bastante sensibilidade social e com provas dadas neste domínio. De resto também com grande experiência politica a que não é alheio o facto de ter sido primeiro ministro em Portugal. O Engenheiro António Guterres declarou estar muito honrado e sensibilizado com esta nomeação. RealAudioMP3
O ACNUR tem a sua sede em Genebra.
Criado a 14 de Dezembro de 1950, este alto-comissariado tornou-se uma das mais influentes agências que funcionam no âmbito da ONU. Dispõe de mais de cinco mil funcionários que prestam assistência a cerca de 17 milhões de pessoas em 116 países. Dispõe também de um orçamento astronómico quase mil milhões de dólares.
O ACNUR marcou presença em todos os conflitos subsequentes à II Guerra Mundial, herdando as competências da Organização Internacional de Refugiados. A sua primeira acção de relevo aconteceu em 1956, após a abortada sublevação húngara contra a ditadura pró-soviética que levou 200 mil pessoas a fugir do país. Nas cinco décadas seguintes, foi acentuando a sua actividade nos mais diversos quadrantes - da Índia ao Camboja, de Chipre ao Afeganistão, passando por Angola e Moçambique, onde sangrentas guerras civis entre as décadas de 70 e de 90 provocaram o êxodo maciço de populações.Em termos de desafios, numa altura em que nos três primeiros meses do ano se registou uma descida de 13% nos pedidos de asilo face ao último trimestre de 2004, o regresso dos refugiados a casa terá de ser a prioridade do novo alto-comissário das Nações Unidas.
A grande aposta da ONU é o sucesso das negociações de paz no Sudão. Se tal acontecer ainda este ano, Guterres terá pela frente uma tarefa gigantesca assegurar o retorno de mais de 300 mil sudaneses que, neste momento, vivem no Uganda, Chade ou Etiópia, além de três milhões de deslocados no interior do país, o maior de África
Aliás, basta olhar para as estatísticas do ACNUR para perceber que o continente africano e a Ásia Central são as zonas do planeta que terão obrigatoriamente de absorver grande parte da atenção do novo alto-comissário. O número de refugiados na Europa aproxima-se, no entanto, da população refugiada em África. Mas, enquanto no primeiro caso os refugiados são oriundos de outros continentes, no segundo são resultado de conflitos dentro do espaço africano e que resultaram na fuga de milhões para países vizinhos.
O Togo é um bom exemplo que ainda não consta nas estatísticas da ONU. Uma média de 100 togoleses saem todos os dias do país rumo ao Benim e ao Gana desde as eleições presidenciais de 24 de Abril mais de 30 mil pessoas vivem neste momento em acampamentos improvisados dependentes da assistência das Nações Unidas.
Na Europa de Leste, os quase 300 mil bósnios e croatas refugiados na Sérvia, após a guerra nos Balcãs, constituem outro dos desafios de António Guterres. Mas os azeris que fugiram para Arménia representam uma preocupação ainda maior dos 240 mil refugiados, 190 mil não podem sequer contar com o apoio das Nações Unidas.







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