Apelo á reconciliação no Ruanda no discurso do Papa aos bispos deste país recebidos
neste sábado no Vaticano
A tragédia que provocou milhões de mortos no Ruanda em 1994 exige que, para o futuro,
os cristãos assumam responsabilidades na construção da paz e da reconciliação. Esta
foi a mensagem que Bento XVI quis deixar aos Bispos desse país africanos, que neste
sábado foram recebido pelo Papa no Vaticano, na conclusão da sua visita “ad limina”.
“Trabalhai sem cessar para que o Evangelho penetre cada vez mais em profundidade no
coração e na existência dos crentes, convidando os fiéis a assumir as suas responsabilidades
na sociedade, em particular no campo da economia e da política”, disse.
O trabalho da Igreja Católica na construção da paz e da reconciliação após o genocídio
de há uma década levou Bento XVI a pedir que os católicos “perseverem na esperança
e superem qualquer tentação de desencorajamento”. Nesse sentido, pediu “uma pastoral
de proximidade, fundada no compromisso das pequenas comunidades de leigos na pastoral
missionária da Igreja, em harmonia com os pastores”.
Após manifestar a sua preocupação pelo aumento das seitas e a falta de vocações sacerdotais
no país, o Papa concluiu a sua intervenção exortando a Igreja ruandesa a “construir
comunidades animadas por um amor sincero e habitadas pelo desejo imperioso de trabalhar
por uma autêntica reconciliação”.