"Não esquecer as atrocidades do nazismo, e construir a paz:este o convite de Bento
XVI no final da projecção de um filme sobre a vida de Karol Wojtyla
Após reviver os horrores da Segunda Guerra Mundial com a projeção de um filme sobre
a vida de Karol Wojtyla, Bento XVI reconheceu que é necessário explicar aos jovens
a inaudita violência à qual pode chegar o desprezo pelo homem.
O filme «Karol, um homem convertido em Papa», baseado num roteiro do jornalista Gian
Franco Sviderchoschi, que percorre a vida de João Paulo II até á sua eleição como
bispo de Roma, foi projectado em dois capítulos num canal televisivo comercial italiano,
durante o ultimo conclave convertendo-se no programa mais visto na Italia no mês de
abril.
A primeira parte mostra o que sucedeu na Polônia sob a ocupação nazista, ilustrando
a repressão sofrida pelo povo polaco e o genocídio dos judeus.
O filme foi projectado nesta quinta feira á tarde perante milhares de pessoas na Sala
Paulo VI no Vaticano.
«Trata-se de crimes atrozes que mostram todo o mal que encerrava a ideologia nazista
--reconheceu o Papa num discurso pronunciado após a projeção .
«Como não ler à luz de um providencial desígnio divino o fato de que na cátedra de
Pedro sucedeu a um pontífice polaco um cidadão desta terra, a Alemanha, na qual o
regime nazista pôde afirmar-se com grande virulência, atacando depois as nações próximas,
entre elas em particular a Polónia?», perguntou o Papa Joseph Ratzinger.
«Estes dois Papas, durante a sua juventude --ainda que em frentes opostas e em situações
diferentes--, tiveram de conhecer a barbárie da Segunda Guerra Mundial e da demente
violência de homens contra homens, de povos contra povos», afirmou.
Bento XVI convidou a não esquecer as atrocidades do nazismo e salientou o dever de
recordar sobretudo aos jovens onde leva a violência de quem espezinha o homem.
O pontífice propôs o caminho do perdão como remédio para superar o drama dos conflitos,
e recordou a carta de reconciliação que «nos últimos dias do Concílio Vaticano II,
aqui em Roma, os bispos polacos entregaram aos bispos alemães», na qual se podiam
ler «aquelas famosas palavras que também hoje continuam a ressoar no nosso espírito:
“perdoamos e pedimos perdão”».
«Nada pode melhorar o mundo se o mal não é superado, e o mal só pode ser superado
com o perdão»,afirmou.
«
Que a comum e sincera condenação do nazismo, assim como do comunismo ateu, seja
para todos um empenho no sentido de construir sobre o perdão a reconciliação e a
paz»,