Budistas e católicos do mundo hão-de “consolidar as boas relações já existentes” e
que deram provas de solidez na colaboração concretizada perante o devastante tsunami
de Dezembro passado: votos expressos numa mensagem enviada aos budistas, por ocasião
da Vesakh, sua mais importante festa. Mensagem assinada pelo presidente do Conselho
Pontifício para o diálogo inter-religioso, arcebispo Michael Fitzgerald, agora publicada
em vista desta festa que nos países de tradição Therevada se celebra este ano no dia
22 de Maio. Com a “Vesakh”, os budistas comemoram os principais acontecimentos da
vida de Buda; nos países de tradição mahayana, os vários momentos da vida de Buda
são recordados em diversas festividades. O texto sublinha que “onde budistas e católicos
vivem em estreito contacto, eles hão-de aproveitar deste momento para consolidar
as boas relações já existentes. “
Evocando experiências comuns vividas por católicos e budistas, tanto na oração nos
mosteiros, como em iniciativas sociais e de promoção da paz, Mons. Fitzgerald sublinha
que “em parte alguma se adverte tão fortemente a necessidade de colaboração como naqueles
países do sul e do sudeste da Ásia que a 26 de Dezembro de 2004 foram atingidos por
um terramoto e depois pelo tsunami. “Este desastre – observa – suscitou uma efusão
de orações, expressões de compaixão e actos de generosidade, como raramente se tinha
visto no mundo”.
Apreciando a colaboração desenvolvida, lado a lado, por budistas e católicos, o texto
conclui fazendo votos de que, “tendo em conta os longos prazos da reconstrução”, “prossigam
estas expressões de solidariedade inter-religiosa”. Aliás, observa-se, “existem ainda
muitas outras situações que exigem a cooperação entre todas as pessoas de boa vontade”.
Mons Fitzegerald recorda ainda que neste ano se celebram o quadragésimo aniversário
da publicação da Declaração Conciliar “Nostra Aetate”, sobre as relações entre a Igreja
Católica e outras Religiões ou crenças, documento que muito favoreceu o diálogo inter-religioso.