"Ascensión del Corazon de Jesus e Mariana de Molokai levaram ao mundo os sinais da
presença do Espirito Santo,falaram a linguagem da verdade e do amor"-salientou o card.José
Saraiva Martins na homilia da missa de beatificação
As religiosas Ascensión del Corazón de Jesus e Mariana de Molokai foram beatificadas
na tarde deste sábado vigília de Pentecostes, numa cerimónia presidida pelo Cardeal
D. José Saraiva Martins e que teve lugar na Basílica de S. Pedro
O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos leu a carta apostólica em que
Bento XVI inscreve os nomes das duas religiosas no livro dos bem-aventurados, estabelecendo
que se possa celebrar a sua festa nos lugares e segundo as regras estabelecidas pelo
direito, todos os anos, a 24 de Fevereiro para Ascencion Nicol Goñi e 23 de Janeiro
para Mariana de Molokai.
Na homilia o Card. D. José Saraiva Martins salientou que a presença do Espírito Santo
na Igreja e em cada alma é uma inabitação permanente, dinâmica, criadora. O Espírito
Santo muda a existência de quem o hospeda, renova a face da terra e transforma a inteira
criação que - como afirma São Paulo -“tem gemido e sofrido as dores de parto até
ao presente” à espera de voltar a ser o jardim de Deus e do homem. As duas beatas
hoje proclamadas - disse depois o card. Saraiva Martins - abriram de par em par a
sua vida ao Espírito de Deus e deixaram-se conduzir por Ele no serviço à Igreja, aos
pobres, aos doentes e à juventude…
levaram ao mundo os frutos e os sinais da presença do Espírito Santo, falaram a
linguagem da verdade e do amor, o único capaz de destruir as barreiras da cultura
e da raça e de reconstruir a unidade da família humana dispersa pelo orgulho, pela
vontade de poder ,e da recusa da soberania de Deus.
A concluir a sua homilia o card. D. José Saraiva Martins citou uma afirmação de Bento
XVI na inauguração do seu ministério petrino :”não é o poder que redime, mas o amor!
Este é o sinal de Deus: Ele próprio é amor. O Deus que se tornou cordeiro, diz-nos
que o mundo é salvo pelo Crucificado e não pelos crucificadores.
As intenções da oração universal dos fiéis foram propostas em várias línguas entre
as quais o português.
A decisão do Papa Bento XVI de não presidir às cerimónias de beatificação retoma uma
tradição interrompida em 1971, quando Paulo VI e depois João Paulo II decidiram passar
a presidir a este tipo de cerimónia.
Amanhã Domingo de Pentecostes , na mesma Basílica de São Pedro, a festa do Espírito
Santo será assinalada com uma Missa presidida por Bento XVI , durante a qual terão
lugar ordenações presbiterais dos diáconos da Diocese de Roma.