2005-05-12 13:22:41

Globalização gera trabalho forçado:tráfico de seres humanos denunciado num estudo das Nações Unidas.


De acordo com um estudo das Nações Unidas divulgado esta quarta-feira, a globalização e a procura por mão-de-obra barata ajudaram a que 12.3 milhões de pessoas (metade crianças) sejam vítimas de trabalhos forçados, e a que fosse criada uma vasta indústria de tráfico humano.
A Organização Internacional de Trabalho (OIT) das Nações Unidas anunciou que a grande maioria destes casos regista-se na Ásia e na América Latina, estando muitas pessoas a trabalhar na agricultura ou aprisionadas em campos de trabalho forçado.
O estudo apresentado, o primeiro à escala global, aponta quarenta a cinquenta por cento destas pessoas como sendo crianças.
Escravos sexuais nos países ocidentais, recrutados e embarcados contra a sua vontade, são os que dão mais dinheiro às redes de tráfico humano.
De acordo com a investigação feita pela OIT, o maior número de trabalhadores forçados situa-se na Ásia, com 9,5 milhões. Seguem-se a América Latina e o Caribe (1,3 milhões), África a Sul do Saara (660 mil), Médio Oriente e Norte de África (260 mil). Por outro lado, ficou-se a saber que o trabalho forçado afecta 360 mil pessoas nos países industrializados e 210 mil nos países em transição.
Os sectores onde o flagelo mais se faz sentir são a agricultura, construção, fabrico de azulejaria e oficinas de trabalhos manufacturados. E, quanto ao sexo, afecta de forma semelhante homens e mulheres.
A exploração sexual afecta, sobretudo, as mulheres e meninas. E os menores de 18 anos são as maiores vítimas, pois representam entre 40% a 50% do conjunto de vítimas de trabalhos forçados.
No que se refere ao tráfico de trabalhadores, o estudo da OIT revela que uma quinta parte do universo dos trabalhadores forçados são traficados, muito embora de forma diferente nas várias regiões. Assim, apurou-se que nos países industrializados ou em vias de o serem, assim como no Médio Oriente e Norte de África, 75% das vítimas foram traficadas. Apenas 20% dos trabalhadores forçados foram vítimas de tráfico na Ásia, América Latina e Sul de África.
Os trabalhadores migrantes, principalmente os ilegais, são presas fáceis de novas formas de trabalhos forçados. O estudo averiguou as condições mais propícias ao aparecimento de trabalhos forçados. Controlos pouco efectivos sobre as agências de recrutamento ou aos sistemas de subcontratação e inspecções laborais débeis foram descritas entre as condições favoráveis.
Por outro lado, o estudo lança um alerta para as novas formas de coacção criadas pela economia globalizada. Foram analisadas as fortes pressões para a desregularização dos mercados laborais como um modo de reduzir os custos associados ao trabalho e de aumentar a competitividade.
A organização internacional do trabalho lança um apelo aos governos e instituições para que criem medidas para abolir o trabalho forçado, apliquem a lei e mostrem um compromisso sólido com a erradicação daquela forma de tratar seres humanos.








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