Bispos libaneses exigem modificações á lei eleitoral, antes do proximo sufrágio
Os Bispos do Líbano exigem que a lei eleitoral seja modificada antes do próximo sufrágio
de 29 de Maio, sob pena de a população cristã vir a sofrer “consequências danosas
que não queremos”.
Num comunicado publicado nesta quarta feira pelo Conselho dos prelados maronitas,
presidido pelo Patriarca Nasrallah Sfeir, os representantes católicos no país contestam
a lei eleitoral de 2000, que classificam como “injusta” por determinar que os 128
lugares da Assembleia sejam divididos igualmente entre cristãos e muçulmanos. Esta
é uma consequência dos acordos de paz de Taif, que colocaram um ponto final à guerra
civil de 1975-90.
Segundo o episcopado libanês, esta norma prejudica os representantes cristãos em favor
da comunidade muçulmana, “modificando os equilíbrios entre os diversos componentes
político-sociais do país”.
Os cristãos libaneses já manifestaram por várias vezes o receio de serem alvo de atentados
e sequestros, se os resultados das próximas eleições forem favoráveis à Síria e seus
aliados. No passado mês de Abril, a Síria ter dado por terminada a retirada dos seus
militares do Líbano, cumprindo uma exigência feita pela comunidade internacional.
Nos últimos meses, o Líbano tem tentado distanciar-se de Damasco após as manifestações
populares que se sucederam ao assassinato do antigo primeiro-ministro Rafik Hariri,
a 14 de Fevereiro. Esta delicada fase de transição prevê, agora, a eleição de um novo
Parlamento.