Recolha em Portugal dos Bancos alimentares contra a fome.
Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram no passado fim-de-semana (7 e 8 de
Maio) um total de 1016 toneladas de géneros alimentares (um acréscimo de 7,5% em relação
a Maio de 2004) na campanha realizada em 527 superfícies comerciais das zonas de Abrantes,
Aveiro, Coimbra, Évora, Lisboa, Porto, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima e S.
Miguel. A campanha voltou a apelar à solidariedade que os portugueses manifestam habitualmente
nestas operações de recolha de alimentos organizadas pelos Bancos Alimentares contra
a Fome e suscitou “uma grande adesão, mostrando que basta um pequeno e simples gesto
de quem pode para minorar as carências de quem precisa de ajuda para se alimentar”
– refere um comunicado desta associação
O lema da campanha "Muita gente ignora que há milhares de portugueses que continuam
a passar fome. Não passe ao lado deste problema" - pretendeu alertar os portugueses
para o facto de que podem contribuir activamente para a resolução de um problema com
que convivem, muitas vezes sem o saberem.
Uma equipa de cerca de 10 500 voluntários recebeu, transportou e armazenou os géneros
alimentares recolhidos, que serão posteriormente distribuídos por um total de 1.107
Instituições de Solidariedade Social a mais de 200 mil pessoas com carências alimentares
comprovadas.
Em 2004, os dez Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total
de 13 834 toneladas de alimentos (um valor global estimado de 21,3 milhões de euros),
ou seja, um movimento diário médio de 55 toneladas (84 747 euros). A actividade destes
Bancos norteia-se pelo princípio genérico da "recolha local, ajuda local", aproximando
os dadores dos beneficiários.
Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem os géneros alimentares recorrendo a
Instituições de Solidariedade Social por si certificadas como estando em condições
de avaliarem in loco a real situação de carência alimentar das pessoas objecto da
sua assistência e de lhes darem o destino adequado. Deste modo, para além de combaterem
de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam
contra a prática do desperdício que caracteriza as sociedades actuais.