Em Maio de 1950 obre os escombros das grandes guerras e outros conflitos armados,
que cobriram a Europa de mortes, com momentos em que a esperança se perdia, Robert
Schuman deu o impulso maior ao nascimento de uma Europa organizada, “requisito indispensável
à manutenção de relações pacíficas” entre os povos europeus que hoje, no dealbar do
século XXI, renovam esperanças mas enfrentam novas dificuldades e emergentes desafios.
A 9 de Maio de 1950, a Declaração Schuman – tida como génese da União Europeia – afirmava
que a Europa não poderia construir-se de uma vez só ou segundo um plano único. A Europa
comunitária nascia assim numa altura em que a perspectiva de uma terceira guerra mundial
tomava de angústia o globo. Nesse dia, a imprensa de Paris era convocada para “uma
comunicação da maior importância”. As primeiras linhas da declaração, redigida por
Jean Monnet e lida por Robert Schuman, ministro dos Negócios Estrangeiros de França,
dissipavam dúvidas sobre a ambição da proposta: “A paz mundial não pode ser salvaguardada
sem uma criatividade à medida dos perigos que a ameaçam. Através da colocação em comum
de produções de base e da instituição de uma alta autoridade nova”, materializava-se
a criação da “primeira base concreta de uma federação europeia indispensável à preservação
da paz”. Defendia-se a construção de uma instituição supranacional, lançando o mote
para a declaração de 1995, na cimeira de Milão, em que ficou decidida a celebração
do dia 9 de Maio como o Dia da Europa. A decisão democrática de adesão à União Europeia
pressupõe a adopção dos valores da paz e da solidariedade, pedra angular do edifício
comunitário.