2005-05-06 17:11:30

Bispos espanhóis atacam decisão de legalizar uniões homossexuais: nota do episcopado apela á objecção de consciencia


O comité executivo da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) criticou duramente a decisão de legalizar as uniões homossexuais no país, tomada pelo executivo de José Luis Zapatero, considerando a decisão como uma “lei radicalmente injusta que corrompe a instituição do matrimónio”.
A CEE apela a todos os católicos do país que se oponham de “forma clara e incisiva” ao projecto de lei, incluindo a objecção de consciência relativamente a estes casamentos, por entenderem que a legalização de uniões do mesmo sexo é “um passo atrás no caminho da civilização”.
O comunicado hoje divulgado na página oficial da CEE diz que o projecto adoptado no mês passado pelos deputados espanhóis vai contra “a razão” e “a moral”, mas explica que não quer ir contra ninguém, antes “ir a favor do amor pela verdade e pelo bem de cada pessoa”.
Para os Bispos espanhóis, a decisão governamental – que autoriza igualmente a adopção, sem restrição, pelos casais homossexuais – “não terá o carácter de verdadeira lei, porque estará em contradição com a razão e a norma moral”.
Aprovado no passado dia 22 de Abril pelo parlamente, este projecto de lei é o mais liberal do género na Europa. O Senado terá ainda de o aprovar antes da sua entrada em vigor.
“A união de pessoas do mesmo sexo não pode ser um matrimónio. O que se faz é corromper a instituição do matrimónio”, assinala a nota da CEE, que retoma várias das ideias apresentas a 15 de Julho de 2004, no documento intitulado “Em favor do verdadeiro matrimónio”.
A CEE lamenta que na legislação espanhola o matrimónio venha a deixar de ser “uma indissolúvel união de vida e de amor entre um homem e uma mulher, aberta à procriação, para tornar-se um contrato sem nenhuma referência à diferença de sexos”.
Como consequência destas posições, o episcopado espanhol exige aos católicos que não votem a favor desta norma e que recorram à objecção de consciência “na aplicação de uma lei que não tem força de obrigar moralmente a ninguém”.
“O ordenamento democrático deve respeitar este direito fundamental da liberdade de consciência e garantir o seu exercício”, conclui a CEE, num aviso ao governo socialista.







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