2005-05-03 16:46:45

Crise no Togo:evitar uma nova tragédia. A Igreja pede ajuda da comunidade internacional


Na primeira aparição à janela dos seus aposentos no Palácio do Vaticano Bento XVI lembrou Domingo passado os povos que sofrem com a guerra, em especial o do Togo, mostrando a sua proximidade àquelas queridas populações.
Nos anos recentes, em várias ocasiões, foram repetidos os apelos vindos dessa mesma janela sobre a Praça de São Pedro que acordaram a opinião pública internacional para autenticas tragédias humanitárias.
A situação de crise no Togo está a preocupar seriamente a Igreja Católica, que já tinha denunciado, através dos seus representantes locais, um ambiente de “intimidações” em torno dos seus principais representantes no país africano. Os tumultos começaram após a divulgação dos resultados das eleições presidenciais de Abril, que atribuíram a vitória a Faure Gnassingbé, filho do presidente Gnassingbé Eyadema, que morreu a 5 de Fevereiro passado. Os confrontos entre manifestantes da oposição, que se recusam a aceitar os resultados eleitorais e alegam fraude, e a polícia resultaram em centenas de mortos e feridos.
O Núncio Apostólico no Togo, D. Pierre Nguyen Van Tot, referiu que “muitos sacerdotes, religiosos e religiosas estão a abandonar Lomé e outros centros urbanos” do país. Em declarações à agência missionária Misna, o representante do Papa explica que a Igreja Católica está a ser acusada pelo governo de “estar demasiado próxima dos pedidos e das posições das forças opositoras”.
Fontes da Igreja local referem à agência missionária Fides que o Togo se pode converter num novo Ruanda, pedindo que, desta vez, “a comunidade internacional assuma as suas responsabilidades”. “Estamos à beira de um desastre, como o de Ruanda em 1994. De que é que a comunidade internacional está à espera para intervir antes que seja tarde de mais?”, assinalam.
“O perigo de um conflito étnico não está distante. A frustração acumulada nos anos de ditadura pode agora transformar-se em ódio, que alimenta o confronto de todos contra todos”, explicam os missionários, cujos nomes não são divulgados por motivos de segurança.
Para mediar a crise, uma delegação conjunta da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste viajou no dia 30 de Abril a Lomé. A oposição declarou-se favorável a encontrar-se com a delegação.
A 28 de Abril, a coligação dos partidos da oposição no Togo pediu a anulação das eleições presidenciais de 24 de Abril, alegando que houve fraudes e milhares de votos falsificados colocados nas urnas.







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