Timor Leste: existem condições para ultrapassar problemas com a comunidade católica
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, disse hoje à agencia Lusa que
estão reunidas as condições para se ultrapassar os problemas existentes, no âmbito
da contestação patrocinada pela Igreja Católica há já 10 dias.O chefe do governo,
que falava à saída do habitual encontro semanal com o presidente da República, Xanana
Gusmão, salientou que o processo de diálogo em curso com a hierarquia da Igreja Católica
vai continuar e manifestou-se optimista quanto ao final da crise, marcada pela concentração
de centenas de pessoas junto ao Palácio do Governo.O protesto patrocinado pela hierarquia
católica timorense a Mari Alkatiri e ao seu governo começou com a contestação à medida
tomada em Conselho de Ministros para retir a disciplina de Religião e Moral do currículo
escolar, passando a ser facultativa.As tomadas de posição da Igreja Católica rapidamente
assumiram a contestação a toda a política governamental, centrando as críticas em
Mari Alkatiri e remetendo para o Parlamento Nacional e o partido maioritário FRETILIN
o ónus da resolução da crise.Após dias de protestos verbais violentos, o início do
processo de diálogo por mediação do presidente da República veio contribuir para distender
significativamente o ambiente político em Timor-Leste.No final da reunião com Xanana
Gusmão, Mari Alkatiri confirmou esse facto.
A Lusa apurou junto de fonte governamental que o governo timorense vai, por sua iniciativa,
suspender a medida que espoletou esta crise, congelando a experiência pedagógica que
pretendia levar a cabo em 32 escolas, mantendo Religião e Moral como cadeira curricular,
com carácter obrigatório, em pé de igualdade com as demais disciplinas.
Entretanto, os manifestantes continuam concentrados a cerca de 150 metros do Palácio
do Governo, barrados por um cordão policial que os impede de avançar, não se tendo
registado nenhum incidente ao longo destes 10 dias de protestos.