Sobe de tom na Espanha a contestação aos matrimónios homossexuais
A Igreja Católica em Espanha está a subir o tom da sua contestação à mudança legislativa
que irá permitir a realização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo nesse país.
A preocupação já revelada pelo Vaticano é acompanhada, nos últimos dias, por apelos
à “desobediência civil” contra esta medida. O Congresso Espanhol, aprovou, na semana
passada, a lei que permitirá o matrimónio entre pessoas do mesmo sexo. A Espanha passa
a ser o terceiro país do mundo a permitir o casamento entre homossexuais, tendo sido
a alteração do Código Civil - proposta pelos socialistas - aprovada pela maioria dos
partidos.
Para D. Antonio Cañizares, vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE),
a lei é “iníqua”, acrescetando críticas às alterações que permitem acelerar os prazos
do divórcio. “Está em jogo o futuro do homem e da sociedade, este não é o momento
de ficar calados”, advertiu.
O Primaz de Espanha quis deixar claro que a Igreja “não está contra ninguém”, sublinhando
que o que está em jogo, por parte dos católicos, é o “enfraquecimento” da família
que “coloca em jogo a humanidade”.
A própria CEE emitiu na semana passada uma nota em que classificava como “radicalmente
injusta” e “prejudicial para o bem comum” esta lei. O documento considera que o projecto
de legalização dos casamentos homossexuais “desfigura a instituição do matrimónio
naquilo que é fundamental, a sua constituição por um homem e uma mulher”.