A polícia chinesa deteve sete padres da Igreja Católica clandestina, revelou hoje
a Fundação norte- americana “Cardeal Kung”, expressando dúvidas em relação à "sinceridade"
da China quando diz querer normalizar as relações com o Vaticano.
Os sete sacerdotes foram detidos ao final da tarde de quarta-feira, na vila de Wuqiu,
em Hebei, província que faz fronteira com o Município Autónomo de Pequim, segundo
revelou a Fundação Cardial Kung, num comunicado enviado à imprensa. "Estes padres
viajavam das suas paróquias para um retiro religioso", refere a Fundação, que divulga
o nome e respectiva paróquia dos sete religiosos, com idades entre os 30 e 50 anos.
"Como é que o governo chinês pode, por um lado, declarar ao Papa Bento XVI e ao Mundo
a vontade de melhorar as relações entre a China e o Vaticano e, por outro lado, continuar
a prender padres do Papa?", questiona Joseph Kung, presidente da Fundação.
"É bastante evidente que o desejo expresso pelo governo chinês em melhorar as relações
com o Vaticano é tudo menos sincero", acrescenta.
A Igreja clandestina na China, fiel ao Papa, é formada por católicos que não aceitam
o controlo exercido pelo governo comunista através da Associação Patriótica Católica,
instituição que se atribui o direito de nomear bispos ou controlar outros muitos aspectos
da vida da Igreja. Embora o Partido Comunista (68 milhões de membros) se declare oficialmente
ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais, entre
elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja
Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar
missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos.
A agência AsiaNews, do Instituto Pontifício para as Missões Estrangeiras (PIME), está
a promover uma campanha em favor da libertação de 18 Bispos e 20 padres detidos pelo
governo chinês.