Uma centena de muçulmanos na primeira audiencia geral de Bento XVI
Cerca de 100 muçulmanos provenientes de 33 países do mundo participaram esta manhã
na primeira audiência geral do Pontificado de Bento XVI. Eles encontram-se em Roma
para o 1º Simpósio de diálogo islâmico-cristão, promovido pelo Movimento dos Focolares.
Muçulmanos da Argélia, Líbano, Turquia, Jordânia, Paquistão, Indonésia, da Europa
em geral, do Canadá, dos EUA e do Brasil estão no Centro Mariápolis desde o passado
dia 24 de Abril.
O programa alterna intervenções de nível teológico-cultural feitas por especialistas
cristãos e muçulmanos, experiências de vida das duas religiões abraâmicas e o diálogo
com os participantes num clima de “crescente fraternidade”. Os temas aprofundados:
“A essência da ‘Ibada (adoração-fé) no Islamismo” e “Deus Amor” no cristianismo, “A
fé em Deus”, a presença de Deus nas comunidades muçulmana e cristã, o problema da
dor.
O diálogo islâmico-cristão do Movimento dos Focolares é uma experiência iniciada há
cerca de 40 anos na Argélia em Tlemcen, onde os focolarinos receberam como presente
uma pequena abadia em estilo árabe construída pelos beneditinos para fazer um centro
de diálogo com o mundo muçulmano. Desde os primeiros contactos que impressionou a
afinidade existente entre as duas religiões abraâmicas: acreditar no único Deus clemente
e misericordioso, a dedicação total à vontade de Deus, a grande estima por Jesus e
por Maria sua mãe. Milhares de amigos muçulmanos em muitos países do mundo estão em
contacto com os Focolares. Entre eles, há Imãs, fiéis praticantes e outros que, pelo
encontro com o Movimento e com a partilha da espiritualidade da unidade, intensificaram
a prática dos cinco pilares do Islamismo. De facto, o efeito do diálogo não é o sincretismo,
mas a descoberta das próprias raízes religiosas, daquilo que nos une. “Através do
diálogo – como tinha afirmado, em Madras, João Paulo II em 1986 – fazemos com que
Deus esteja presente no meio de nós, porque aos abrirmo-nos uns aos outros no diálogo,
abrimo-nos a Deus. E o fruto disto é a união entre os homens e a união dos homens
com Deus”. Reforça-se assim o esforço comum em ser construtores de unidade e de paz
sobretudo nos lugares onde a violência e a intolerância racial e religiosa procuram
escavar um abismo entre as componentes da sociedade.