2005-04-20 10:25:41

Com João Paulo II ao largo


João Paulo II começou por convidar os cristãos a não ter medo e a abrir as portas a Cristo. Vinte e seis anos depois, disse ao mundo que estava preparado e partiu para a casa do Pai. Pelo meio, ficou uma missão sem fronteiras e sem intervalos, até ao fim.
Optou por fazer-se ao largo e partir ao encontro das pessoas pelos caminhos do mundo. Jornais e revistas publicaram o ‘papamundi’ onde se vê por onde andou João Paulo II. Deu várias voltas à terra e partiu com o amargo de boca de não ter ido nem à Rússia nem á China. Foi um Papa missionário que escreveu que todos são chamados á santidade e à missão.
Apostou no empenho pelo justiça, paz e direitos humanos. Disse que ‘não há paz sem justiça e não há justiça sem perdão’. Para evitar o início da guerra no Iraque, lembrou que ‘a guerra é sempre uma derrota da humanidade’. Em Angola, gritou no Huambo: ‘Nunca mais a guerra, paz a Angola para sempre!’.
Tentou unir as Religiões pela Paz. O Encontro de Assis é, para o mundo inteiro, um símbolo de comunhão entre as grandes famílias religiosas, unidas em oração pela causa da Paz. A onda cresceu e multiplicaram-se as iniciativas que valorizaram o diálogo ecuménico e inter-Religioso.
João Paulo II quis olhar os jovens como presente e futuro da Igreja. Disse que ‘a Igreja só será jovem quando os jovens forem Igreja’ e foram milhões os que participaram nas Jornadas Mundiais da Juventude que se realizaram já nos cinco continentes.
Ninguém como João Paulo II soube lidar com os media ao serviço do Evangelho. O modo como cobriram as suas viagem apostólicas e, no fim, a sua agonia e exéquias foi uma prova evidente de que a sua figura se tornou incontornável para a agenda das televisões, rádios e imprensa.
No longínquo ano de 1978, o Cardeal Karol Wojtyla, confiou-se a Maria. Esta devoção fê-lo percorrer todos os grandes santuários marianos do mundo e Fátima esteve sempre no seu coração. Aqui veio, em 2000, mais uma vez, desta feita para beatificar a Jacinta e o Francisco. O Papa acabou por falecer no mesmo ano da Irmã Lúcia.
A última grande batalha foi a da Eucaristia. Pediu aos católicos que dedicassem este ano à ‘fonte e cume da Igreja’. Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões, a celebrar em Outubro próximo, João Paulo II construiu mais uma ponte entre a Eucaristia e a Missão: “A Virgem, Mãe de Deus, nos ajude a reviver a experiência do Cenáculo, para que as nossas Comunidades eclesiais se tornem autenticamente ‘católicas’; ou seja, Comunidades em que a ‘espiritualidade missionária’, que é ‘comunhão íntima com Cristo’ se põe em íntima relação com a ‘espiritualidade eucarística’, que tem como modelo Maria, ‘mulher eucarística’; Comunidades que permanecem abertas à voz do Espírito e às necessidades da humanidade; e Comunidades onde os fiéis, e especialmente os missionários, não hesitam em fazer-se ‘pão partido para a vida do mundo’”.
Obrigado João Paulo II.

Tony Neves







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