Processo de paz em Caxemira irreversivel para India e Paquistão
As autoridades indianas e paquistanesas reafirmaram, a ideia de que o processo de
paz em Caxemira é "irreversível", comprometendo-se a aumentar a cooperação económica
e a promover os contactos entre os dois lados daquela região instalada nos Himalaias
disputada por Nova Deli e Islamabad.
Numa declaração conjunta proferida na capital indiana, o presidente paquistanês, Pervez
Musharraf, e o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, mostraram-se satisfeitos
com o progresso alcançado no processo de diálogo iniciado pelos dois países e reafirmaram
a intenção de prosseguir o processo de paz.
Os dois países anunciaram também a intenção de aliviar gradualmente a linha de controlo
fortemente militarizada que tem dividido a parte indiana (dois terços) da parte paquistanesa
(um terço) de Caxemira, desde um cessar-fogo acordado após a guerra de 1947/49, estabelecida
sob a égide das Nações Unidas.
Segundo realçou, contudo, Musharraf, a decisão agora tomada de tornar esta linha de
controlo numa “fronteira mais suave” nunca poderá ser a solução final para resolver
a disputa do território, devendo encontrar-se uma resposta pacífica que agrade às
três partes envolvidas no processo: Índia, Paquistão e população local.
Após mais de um ano de negociações bilaterais, indianos e paquistaneses apresentaram
ao Mundo, em Fevereiro último, como um primeiro passo das negociações entre as duas
capitais, um acordo para a reabertura este mês de uma carreira de autocarros entre
os dois países, com passagem por Caxemira, o enclave que os divide e por causa do
qual já travaram três guerras.
Caxemira, com uma população maioritariamente muçulmana, tem sido alvo de disputas
entre a Índia (hindu) e o Paquistão (muçulmano) desde a independência da Inglaterra
e partilha do subcontinente indiano entre os dois países, em 1947, que quase colocaram
estas duas potências nucleares à beira de um confronto total.