2005-04-13 14:45:28

João Paulo II uma referência para a humanidade: as condolências do Corpo Diplomático ao Colégio dos Cardeais


Nesta quarta-feira de manhã teve lugar, no átrio da grande Sala das Audiências Gerais, um encontro do conjunto dos Cardeais com o Corpo Diplomático representado junto da Santa Sé, para apresentação de condolências pelo falecimento de João Paulo II. Tomando a palavra na sua qualidade de Decano do Colégio Cardinalício, o cardeal Joseph Ratzinger, evocou a figura do “bem-amado pastor” que “introduziu a Igreja no terceiro milénio, convidando os cristãos a levarem Cristo ao mundo e chamando os homens de boa vontade a uma atitude decidida de bondade, de paz, de solidariedade, de partilha”.
« Este Papa empenhou-se até ao máximo das suas forças para anunciar o Evangelho em todos os continentes, especialmente através das numerosíssimas viagens, mostrando o rosto do Pai rico em misericórdia, conduzindo a Cristo Redentor do homem e convidando todos os homens a deixarem-se habitar pelo Espírito Santo”.
Exprimindo “uma ardente acção de graças a Deus, que nos deu tão grande pastor” e também “um muito obrigado ao Papa João Paulo II pela sua acção e ensinamento”, o cardeal Ratzinger observou: « Quantas vezes não exortou o Papa João Paulo os países a encontrar soluções pacíficas e a prosseguir o diálogo? Quantas vezes não convidou os dirigentes das nações a uma atenção cada vez mais concreta aos povos de que estão encarregados, nomeadamente aos mais débeis, aos mais pequenos, aos mais pobres? Quantas vezes não recordou ele a grandeza da vida humana? Exortações que ressoam ainda hoje para nós como um compromisso a favor da pessoa humana, de cada pessoa humana. Exortações que são para todos nós uma mensagem e um apelo: pormo-nos cada vez mais ao serviço da paz e da solidariedade entre as pessoas e entre os povos, ao serviço dos homens de todos os continentes, para que possa surgir uma humanidade reconciliada numa terra em que todos sejam parceiros (em pé de igualdade)”.
O decano do corpo diplomático, Giovanni Galassi, embaixador da República de San Marino, pronunciou um discurso no qual enalteceu a “honestidade intelectual” do Papa falecido e a sua capacidade de ser “peregrino no mundo”.
“Através do seu ministério (João Paulo II) marcou profundamente a história do último quarto do Séc. XX e o começo de um novo século. Opôs-se de maneira firme às ideologias ateístas e totalitárias, mas também lembrou por muitas vezes aos países mais desenvolvidos que não podiam escolher o consumismo egoísta como religião da sua vida”, disse.
O embaixador Galassi destacou ainda o “carácter central do homem” na obra e ensinamento de João Paulo II, apresentando-o como um dos construtores da “civilização do amor”.

João Paulo II privilegiou uma abertura diplomática a todos os povos e durante a sua liderança quase duplicou o número de países com os quais a Santa Sé mantém normais relações diplomáticas ao nível de Nunciatura Apostólica: dos 92, no início do pontificado (incluindo a Ordem Soberana de Malta, que tem a sua sede em Roma), passou para 176 (174 Estados, a União Europeia e a Ordem de Malta); além disso há duas Missões de carácter especial: a Rússia e a Autoridade Palestiniana.











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