A critica de Kofi Annan á Comissão dos Direitos Humanos da ONU
O secretário-geral das Nações Unidas criticou esta quinta feira a Comissão dos Direitos
Humanos (CDH), durante o discurso que proferiu em Genebra, cidade-sede daquele órgão.
No dia em que foi assinalado o 11.º aniversário do início do genocídio no Ruanda,
Kofi Annan acusou mesmo a Comissão de enfraquecer a credibilidade da ONU, voltando
a defender a sua substituição pelo Conselho dos Direitos Humanos.
O responsável das Nações Unidas voltou a defender a criação do Conselho dos Direitos
Humanos, com reuniões permanentes, com membros eleitos por uma maioria de dois terços
da Assembleia Geral, avaliações periódicas sobre cada um dos Estados.
A Comissão dos Direitos humanos, que conta com 53 membros, é criticada por organizações
de defesa dos direitos humanos, que denunciam a presença de países violadores de liberdades
fundamentais e que procuram, através do seu assento naquele órgão, livrar-se das críticas.
A Líbia, que presidiu à comissão em 2003, é um dos exemplos, tal como o Sudão.
Muitos activistas querem ainda que a Comissão condene os EUA pelo seu tratamento de
prisioneiros, à margem das Convenções de Genebra, no Iraque ou Guantánamo. E questionam
ainda a ausência de resoluções contra países como a China ou a Rússia, que já foi
acusada de violação dos direitos humanos na Chechénia, pelo Tribunal Europeu dos Direitos
Humanos.