Última homenagem ao Papa junta centenas de milhares de peregrinos em Roma: cuidados
fundamentais a ter nesta situação.
Um verdadeiro mar de fiéis inunda hoje as ruas de Roma rumo à Praça de São Pedro,
para prestar uma última homenagem a João Paulo II.
A afluência de peregrinos à Basílica de São Pedro, onde se encontra em câmara ardente
o corpo do Papa, fez com que as autoridades do Vaticano tivessem decidido fechar a
Basílica apenas durante uma hora e quarenta das 03h00 às 04h40, em vez das três horas
inicialmente previstas.
A Basílica reabriu às 04h40, com 20 minutos de avanço sobre o que tinha sido comunicado.
A presença de milhares de fiéis ao frio e as solicitações das prolongadas salvas de
palmas assim o exigiam. Assim que a Basílica reabriu, foi retomada a transmissão de
cantos e orações no sistema sonoro instalado ao longo das ruas de Roma e do Vaticano.
A fila tem um tempo de espera mínimo de três horas.
Na Basílica de São Pedro foi celebrada um missa em sufrágio de João Paulo II, diante
do seu féretro, presidida pelo vigário da Cidade do Vaticano, Arcebispo Angelo Comastri.
A procissão dos Bispos e padres que concelebraram a cerimónia passou junto ao corpo,
colocado diante do altar da Confissão.
Para quem chega à Basílica, não há tempo a perder. Parar é proibido, mal há espaço
para rezar: apenas um momento junto do Papa que guiou a Igreja durante 26 anos e meio,
sorrisos de gratidão, algumas lágrimas e muito amor por João Paulo II.
O longo corredor no interior do templo enche-se constantemente com dezenas e dezenas
de pessoas. Jovens, idosos, crianças, famílias inteiras, todos chegam para fazer deste
momento uma despedida íntima, pessoal e única.
Aos peregrinos que por estes dias se deslocarem ao Vaticano é recomendado cuidado
com o arrefecimento nocturno, sendo necessário que tenham agasalhos. As autoridades
locais têm distribuído água, através de voluntários bem identificados, mas é aconselhável
levar água e alguma comida para enfrentar as longas filas.
Aos mais idosos, é aconselhado que levem pequenos bancos, para fazer frente ao esforço
de horas consecutivas de espera.
Apertados entre duas filas de barreiras de metal, desde a porta da Basílica de São
Pedro, a fila segue ao longo de toda a Praça do Vaticano e de praticamente toda a
Via della Conciliazione.
O cordão humano recua depois à esquerda, seguindo mais de cem metros pela Via della
Transpontina, antes de voltar novamente à esquerda e continuar durante mais de 600
metros ao longo de todo o Borgo de Sant’Angelo. A fila é, em verdade, dupla: as autoridades
romanas, de acordo com as do Vaticano, decidiram organizar dois acessos diferentes
à Basílica de São Pedro, que vão dar ao féretro do Papa.
As perspectivas de dois milhões de visitantes resultam em números impressionantes:
40 mil por hora, 334 por minuto. Se há soluções viáveis para a fome, a sede ou o frio,
há sempre imponderáveis e momentos de crises
A todas estas pessoas, há que somar centenas de milhares de romanos que querem despedir-se
do seu Bispo e sobram apenas dois dias. Na noite de quinta para sexta-feira, a Basílica
será encerrada para preparar o funeral da manhã de 8 de Abril.
As autoridades não cessam de pedir colaboração e paciência, insistindo na ideia de
que é preciso contar com momentos de tensão, de crise, nas longas filas. A protecção
civil e a polícia estão ao dispor dos peregrinos para resolver as situações mais delicadas.