Em Portugal o luto nacional começa esta quarta feira: o governa fala em "justa homenagem"
Portugal cumpre entre quarta e sexta-feira os três dias de luto nacional decretados
pelo Governo por ocasião da morte de João Paulo II.
O Conselho de Ministros extraordinário, que hoje teve lugar, aprovou o Decreto que
determina, formalmente, luto nacional para os dias 6, 7 e 8 de Abril, como "expressão
da justa homenagem do Estado Português ao Papa João Paulo II".
"O Papa João Paulo II foi para todo o mundo, e especialmente para os católicos, uma
importante referencia, ao serviço dos valores decisivos da paz, da tolerância e da
justiça. Seguramente uma das maiores e mais prestigiadas figuras do século XX, João
Paulo II foi um grande amigo de Portugal, que visitou várias vezes, trazendo consigo
mensagens de fé e de solidariedade", refere o comunicado oficial.
O Governo português recorda que foi João Paulo II quem orientou a conclusão da recente
Concordata entre Portugal e a Santa Sé, "que exprime em novos moldes o quadro do especial
relacionamento entre o nosso País e a Igreja Católica".
"Por tais razões, e como expressão de uma justa homenagem, entende o Governo declarar,
formalmente, o luto nacional para os dias 6, 7 e 8 de Abril de forma a coincidir com
as cerimónias fúnebres de Sua Santidade, marcadas para sexta-feira, dia 8", conclui
a nota do Conselho de Ministros.
O Estado português vai fazer-se representar nas exéquias fúnebres de João Paulo II
pelo Presidente da República, a primeira dama e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros.
A delegação portuguesa "incluirá ainda um representante da Assembleia da República
que será o Presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros". O Presidente da República
convidou os seus dois antecessores para o acompanharem na deslocação ao Vaticano para
o funeral, mas só Ramalho Eanes se mostrou disponível.
D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, já está em Roma, onde irá concelebrar
a missa exequial de João Paulo II e participar no Conclave.
Cerca de 200 personalidades, incluindo monarcas e chefes de Estado e de governo, e
aproximadamente dois milhões de fiéis, são esperados em Roma para as cerimónias fúnebres.
Já confirmaram a sua presença nas cerimónias fúnebres o presidente norte-americano,
George W. Bush, os reis de Espanha, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, o secretário-geral
das Nações Unidas, Kofi Annan, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.