Enfrentou regimes e sistemas,quebrou tabús,abriu as portas do diálogo entre culturas
e religiões.
Só na generosidade, solidariedade e no compromisso com os outros, o Homem descobre
a sua própria vida. “Foi isso que fez de João Paulo II, não só um grande pastor da
Igreja mas, um grande símbolo da humanidade” – realçou D. José Policarpo, Patriarca
de Lisboa, na homilia da celebração de ontem á tarde, na Sé de Lisboa. Nesse abraçar
“apaixonadamente o destino da humanidade, agigantou-se a energia espiritual de um
grande crente” – avançou. A força deste homem que o fez percorrer o mundo e “enfrentar
as grandes causas da humanidade foi a força da fé”.
“A sociedade contemporânea, na variedade de religiões e culturas, nas contradições
paradoxais entre desejos anunciados e caminhos percorridos, no traumatismo de páginas
da história que todos gostaríamos de esquecer, o ateísmo e a descrença assumidos como
valores, parece mais antagónica que convergente com este anúncio de esperança cristã”
– referiu o purpurado. João Paulo II – sublinha D. José Policarpo – foi “um dos que
ousou percorrer corajosamente esses caminhos”.
Na sua primeira visita a Portugal, recorda o Patriarca de Lisboa – João Paulo II disse-lhe:
“bispo é aquele que vai sempre à frente” e que “discerne caminhos novos”. Durante
o Pontificado deste Papa, “tivemo-lo como pastor corajoso. Sempre á frente com passada
rasgada e decidida. Não escondendo o peito das ameaças que pesam sobre a Igreja e
sobre o homem. Chocando o mundo e surpreendendo muitos. Galvanizando multidões” –
disse na homilia o Patriarca de Lisboa.
No seu caminho pastoral, João Paulo II enfrentou “regimes e sistemas”; “quebrou tabus”
e “abriu as portas do diálogo entre culturas e religiões” – disse o Patriarca de Lisboa.