A primeira das Congregações gerais de Cardeais que decorreram esta manhã no Vaticano,
com a presença de 65 membros do Colégio Cardinalício, ficou marcada pela prestação
do juramento de segredo segundo a fórmula prevista na Constituição Apostólica “Universi
Dominici Gregis” (UDG) de João Paulo II, datada de 22 Fevereiro 1996.
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Nós, Cardeais da Santa Igreja Romana, da Ordem dos Bispos, dos Presbíteros e dos
Diáconos, prometemos, obrigamo-nos e juramos, todos e cada um, observar exacta e fielmente
todas as normas contidas na Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ do
Sumo Pontífice João Paulo II, e guardar escrupulosamente o segredo sobre tudo aquilo
que, de qualquer modo, se relacione com a eleição do Romano Pontífice, ou que, por
sua natureza, durante a vagatura da Sé Apostólica, postule o mesmo segredo.
E eu, N. Cardeal N., prometo, obrigo-me e juro. (E, colocando a mão sobre o Evangelho):
Assim Deus me ajude e estes Santos Evangelhos, que toco com a minha mão”
, juraram.
O período que vai da morte do Papa à eleição do seu sucessor (vagatura da Sé Apostólica)
está estritamente legislado pelas leis eclesiásticas, em particular pela UDG. Os Cardeais,
ao tratarem da vida da Igreja, reúnem-se em Congregação geral (todos os Cardeais)
e Congregação particular. A primeira é presidida pelo Cardeal Decano e resolve as
questões mais importantes; a segunda é formada pelo Cardeal Camerlengo e por três
Cardeais, um de cada uma das ordens, sendo renovados de 3 em 3 dias, tendo como competência
os assuntos ordinários.
Por morte do Papa, todos os Responsáveis dos Dicastérios da Cúria Romana, quer o Cardeal
Secretário de Estado quer os Cardeais Prefeitos quer os presidentes Arcebispos, bem
como os membros de tais Dicastérios cessam o exercício das suas funções. Exceptuam-se
o Cardeal Camerlengo, com um papel de chefe interino da Igreja, e o Penitenciário-Mor,
visto que o Tribunal da Penitenciaria Apostólica se ocupa de assuntos relacionados
com o foro interno. O Cardeal Vigário Geral para a Diocese de Roma, o Cardeal Arcipreste
da Basílica do Vaticano e o Vigário Geral para a Cidade do Vaticano não cessam as
suas funções. O mesmo em relação ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e ao
Tribunal da Rota Romana. Os Secretários dos Dicastérios mantêm-se em funções e respondem
perante a Congregação dos Cardeais.
Joaquín Navarro-Valls, porta-voz do Vaticano, fez já saber em comunicado oficial que
estão a desenrolar-se todos os procedimentos pela referida Constituição, passando
pela Constatação da morte, a Exposição dos restos mortais no Palácio Apostólico e
a Trasladação para a Basílica de São Pedro.
Cardeais e Arcebispos que permanecem nos seus cargos
O Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana, o espanhol Eduardo Martinez Somalo.
O Decano do Colégio Cardinalício, o Cardeal alemão Joseph Ratzinger.
O Vice-decano do Colégio Cardinalício, o Cardeal italiano Angelo Sodano.
O Vigário para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini.
O Penitenciario-mor, o Cardeal norte-americano James Francis Stafford.
O Presidente da Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, o Cardeal norte-americano
Edmund Casimir Szoka.
O Esmoler de Sua Santidade, D. Oscar Rizzato.
O Secretário do Colégio Cardinalício, D. Francesco Monterisi.
O Mestre das Cerimónias Pontifícias, D. Piero Marini.
O Substituto da Secretaria de Estado, D. Leonardo Sandri.
O Secretário das Relações com os Estados, D. Giovanni Lajolo.