2005-04-03 13:12:33

Foi João Paulo II a chamar a Igreja de hoje a ser a casa da misericórdia-sublinhou o cardeal Sodano na homilia da Missa de sufrágio pelo Papa João Paulo II na Praça de S. Pedro


Viver com serenidade este momento de luto e separação, “com o olhar centrado em Cristo, única razão da nossa esperança”, como João Paulo II sempre testemunhou, foi o convite dirigido, na homilia, pelo cardeal Angelo Sodano, visivelmente comovido, à assembleia que enchia completamente a vasta Praça de S. Pedro:
“Ao longo de um quarto de século, João Paulo II levou a todas as praças do mundo o Evangelho da esperança cristã, a todos ensinando que a nossa morte não é senão uma passagem para a pátria do céu. Lá se encontra o nosso destino eterno, onde nos aguarda Deus nosso Pai”. E é assim que “o sofrimento do cristão logo se transforma numa atitude de profunda serenidade”.
Perante uma assembleia que sublinhava estas palavras com um aplauso comovido, o cardeal Sodano abriu um parêntesis de testemunho pessoal, referindo ter podido constatar, da parte do Santo Padre, nos seus últimos momentos, esta mesma serenidade, “a serenidade dos santos”.
Uma atitude que provém da fé naquele que disse “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, não morrerá para sempre”. É a fé que “nos convida a levantar a cabeça para olhar ao longe, para olhar para o alto. E é assim que se explica a alegria do cristão em cada momento da sua vida”.
O cristão sabe que, não obstante seja pecador, não lhe falta a misericórdia de Deus Pai que o aguarda – como recorda a festa da Misericórdia Divina, instituída precisamente por João Paulo II (neste domingo), para sublinhar este aspecto tão consolador do mistério cristão.
Recordada a Encíclica “Dives in misericordia”, publicada pelo Papa defunto, logo no terceiro ano do seu pontificado, em 1980, convidando a dirigir o olhar para o Pai ... misericordioso e Deus de toda a consolação, para Maria, Mãe de misericórdia.
E “foi o mesmo nosso amado Papa – sublinhou o cardeal Sodano - a chamar a Igreja de hoje a ser a casa da misericórdia para acolher todos os que têm necessidade de ajuda, de perdão e de amor”
“Quantas vezes, nestes 26 anos, o Papa repetiu que as relações mútuas entre os homens e entre os povos não se podem basear apenas na justiça, mas devem ser aperfeiçoados pelo amor misericordioso que é típico da mensagem cristã”.
“A todos, João Paulo II repete mais uma vez as palavras de Cristo: ‘O Filho do Homem veio ao mundo não para o julgar, mas para o salvar’. Ele difundiu no mundo este Evangelho de salvação, convidando toda a Igreja a inclinar-se sobre o homem de hoje para o abraçar e o elevar com amor redentor. É nossa tarefa acolher a mensagem que ele nos deixou e fazê-la frutificar para a salvaçáo do mundo”.

No final da celebração eucarística, antes do canto da antífona mariana “Regina Coeli”, o arcebispo Leonardo Sandri pronunciou uma alocução escrita por João Paulo II para o II domingo da Páscoa, em circunstância anterior.
Recordando “o mistério de amor que está no centro da liturgia deste domingo, dedicada ao culto da Misericórdia Divina”, observava o Papa (nas palavras evocadas no final desta Missa):
“À humanidade, que por vezes parece extraviada e dominada pelo poder do mal, do egoísmo e do medo, o Senhor ressuscitado oferece em dom o seu amor que perdoa, reconcilia e reabre o espírito à esperança. É o amor que converte os corações e dá a paz. Quanta necessidade tem o mundo de compreender e de acolher a Misericórdia Divina.
Senhor, que com a tua morte e ressurreição revelas o amor do Pai, nós acreditamos em Ti e com confiança te repetimos, neste dia de hoje: Jesus, confio em Ti, tem misericórdia de nós e do mundo inteiro! ”







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