Uma noite de oração com o Papa
Silêncio e oração: as palavras que caracterizaram a noite passada. De muitos lados
chegaram pedidos de oração. De mais ainda testemunhos de comunidades e grupos que
se uniram em oração pelo Papa, em momentos de particular agonia.
À medida que os parâmetros biológicos diminuem, cresce a proximidade de católicos
de todo o mundo através da oração; cresce também o número daqueles que se aproximam
do Palácio Apostólico, no Vaticano. Na Praça de S. Pedro, preenchem o espaço entre
as duas colunatas que, abraçam particularmente um Papa que vê as forças físicas a
chegar ao fim.
No início da noite, a oração dos mistérios luminosos do rosário (mistérios que o Papa
João Paulo II introduziu nesta oração mariana) eram iniciados com a certeza de que
se abeirava do fim a história de uma grande vida: “esta tarde ou esta noite, Cristo
abre as portas ao papa”. São palavras do Mons. Ângelo Comastri, Vigário de João Paulo
II para a cidade do Vaticano, no início da vigília de oração na Praça de S. Pedro.
Antes, ao fim da tarde, e naquela que é a Catedral do Papa em Roma, a Basílica de
S. João de Latrão, o Cardeal Camillo Ruini presidia a uma Eucaristia por aquele que
chamou grande pai, irmão e amigo “que sempre nos leva no seu coração e a quem também
nós levamos no nosso”. Durante a homilia, referiu-se ao Papa como aquele que “já vê
e toca o Senhor, já está unido ao nosso único Salvador”.
Como em Roma, outras cidades foram palcos de oração pelo Papa, nomeadamente na cidade
Natal do Papa, Wadowice, na Polónia; em Santiago de Compostela, onde 2000 jovens estiveram
reunidos em vigília de oração; em Lisboa, na Igreja de S. Nicolau, onde se celebrou
uma eucaristia permanecendo depois a igreja aberta durante toda a noite.
Foi essa a atitude sugerida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa.Em declarações à comunicação
social, D. José Policarpo pedira serenidade aos católicos e oração pelo Papa: “gostaria
que as celebrações que hoje se realizam na diocese de Lisboa, e também nos próximos
dias, tivessem explicitamente esse dom de união espiritual e de oração de acompanhamento
do Santo Padre”.
Significativa será também a proposta que começa a circular por e-mail. Vem de Espanha
e sugere que, quando for conhecida a notícia da morte de João Paulo II “saiamos à
rua para prestar a homenagem de afecto e carinho que merece”. Em Madrid, a sugestão
é todos à Praça Colón.