Em Angola regressados procuram alternativas para sobreviver
Na Província do Huambo, algumas famílias de regressados estão a vender os seus kits
de reintegração para comprarem comida para sobreviverem. O recurso a esta medida deveu-se
ao termo das rações doadas pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) para os dois primeiros
meses do período de restabelecimento nas suas áreas de origem.
Várias famílias regressadas estão desapontadas com a falta de apoio para a sua reintegração
e algumas informaram os seus parentes, ainda a viver em países vizinhos, a não aceitarem
regressar a Angola.
Estes dados constam do relatório dos meses de Janeiro e Fevereiro de 2005 sobre a
situação humanitária das populações, redigido por várias organizações do sistema das
Nações Unidas que trabalham em Angola.
A falta de serviços sociais básicos e essenciais em muitas partes do País e o rápido
processo de retorno e reassentamento de deslocados e refugiados, “deixaram comunidades
extremamente carenciadas e particularmente vulneráveis a condições inesperadas”.
Essas organizações recomendam às autoridades para o combate urgente à extrema pobrez
e ao mesmo tempo a melhoria de serviços sociais básicos que ainda prevalecem sobretudo
em áreas rurais e remotas.