D. José Policarpo,
Cardeal-Patriarca de Lisboa, defendeu hoje no encerramento do I Encontro Mundial das
Comunidades Portuguesas que na Igreja “não há estrangeiros”.
Apresentando as “diferenças de perspectiva” entre a Igreja e o Estado no que aos migrantes
diz respeito, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) assegurou que
“para a Igreja, em termos de acção pastoral, não há estrangeiros nem clandestinos”.
“Sou Bispo de uma Diocese que acolhe cerca de 200.000 imigrantes, a maioria dos quais
de tradição católica. Considero-me seu Bispo, com toda a responsabilidade que isso
implica”, exemplificou.
Na sua intervenção, D. José Policarpo frisou que “compete aos Estados estabelecerem
políticas de migração e, na medida em que sejam justas, podem ser convergentes com
a acção pastoral da Igreja”.
Sobre o caso concreto dos emigrantes portugueses, o presidente da CEP louvou os esforços
do Estado Português “em reforçar o sentido global da Nação portuguesa”, lembrando
a importância do “reforço da estrutura consular e do diálogo bilateral entre os Estados”.
Considerando o fenómeno migratório como “um dos mais significativos e complexos do
mundo contemporâneo”, o Cardeal-Patriarca alertou para “a urgência de legislação objectiva,
mais criativa, que garanta os direitos inalienáveis de cada pessoa, no respeito pela
sua dignidade”.
“Um dos palcos em que se pode aferir a justeza das políticas em prol da justiça é
oferecido ao mundo pelas comunidades migrantes”, assinalou.
O I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas foi promovido de 29 a 31 de Março
no Porto pela Comissão Episcopal de Migrações e Turismo, com o apoio da Obra Católica
Portuguesa de Migrações, e subordinado ao tema “Ousar a Memória – Fortalecer a Cidadania”.
A iniciativa contou com a presença de 150 participantes, delegados das Comunidades
Católicas Portuguesas de 18 países.
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